Para moradores e comerciantes, TAC do Carnaval não garantiu "educação"
Ninguém reclama da realização do blocos, mas do "terror" enfrentado no encerramento das festividades
"Pode ser TAC ou qualquer coisa, para gente sem noção regra é o de menos". Essa é a afirmação de uma moradora do trecho da Avenida Mato Grosso entre a 13 de Maio e 14 de Julho. Ela está longe da aglomeração de pessoas que se concentram para curtir o Cordão da Valu, mas afirma sofrer depois que a festa acaba.
A proprietária de uma área de estacionamento confirma a situação. Segundo ela, mesmo com o fim do cordão às 22h, uma "bagunça" é formada nos arredores. "No último evento um rapaz buscou a moto às 4h20 da manhã, ou seja, ainda estava se divertindo por aí".
No espaço, os donos aproveitaram para alugar o banheiro. "Às 22h, o espaço da Esplanada se fecha e os banheiros não podem ser usados. Da última vez fizemos R$ 400", disse.
Para um dos funcionários do tradicional Hotel Gaspar, localizado no cruzamento onde a concentração de foliões é maior, a dificuldade para dispersar os foliões é explicado pela falta de opção.
"Não tem lugar para ir. O pessoal nem está acostumado. Quando tem acaba cedo demais. Agora a ação da polícia de tirar o pessoal eu não concordo. Aqui do hotel nem dá para ouvir o som do Cordão e depois que o pessoal sai de lá ficam por aqui, andando, dançando. O certo é fazer esse evento num lugar aberto sem horário", disse.
Prevenção - Nesta madrugada, miltares do Batalhão de Choque da Polícia Militar se adiantaram e antes de qualquer confusão impediram que multidão permanecesse aos arredores da Esplanada após encerramento do Cordão da Valu.
A ação de desobstruição das vias da região durou uma hora, mas os policiais precisam usar bombas e sprays.
Mas qual o combinado? O TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) entre a Prefeitura de Campo Grande e o Ministério Público do Estado garantiu a realização do Carnaval na Esplanada Ferroviária nos dias 2, 4, 5 e 9 de março, das 14h às 22h.
No documento, a Prefeitura se comprometeu com a estrutura de instalações elétricas, incluindo a vistoria de órgãos como o Corpo de Bombeiros, além do policiamento contínuo e permanente durante todos os dias de bloco. O contingente de militares e da Guarda Municipal também foi aumentado e ficou na dispersão do público após às 22h.
O Executivo também ficou responsável por fiscalizar o som e disponibiliza banheiros públicos suficientes ao público. O descumprimento poderia resultar em ajuizamento de Ação Civil Pública ou execução do acordo e até mesmo o cancelamento de novas festividades de Carnaval a partir de 2020.
O documento foi uma saída depois que o MP sugeriu a proibição da festa na Esplanada alegando risco ao patrimônio, uma vez que a área é tombada.
Veja abaixo vídeos gravados por internautas mostrando o rastro de destruição deixado após o último dia de Carnaval na Esplanada: