Parecida com gripe, mas com poder fatal, meningite já matou 6 este ano
Uma bactéria, vírus ou fungo, que entra na corrente sanguínea, vai até qualquer parte do corpo e pode matar em poucos dias. A morte do filho do desembargador aposentado do TJ-MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), Carlos Stephanini, causou tristeza e espanto a familiares e amigos, na semana passada. Fabiano Jacobina Stephanini, morreu aos 43 anos, depois de ficar cinco dias internado por meningite aguda, uma doença que tem sintomas parecidos com uma gripe qualquer.
Advogado bem sucedido e jovem, Fabiano passou poucos dias doente até morrer. A princípio, familiares imaginaram que mal estar sentido por ele era apenas um resfriado, isso porque os sintomas são semelhantes aos da meningite, aparecem de algumas horas até dois dias após a infecção, e é justamente esse motivo da doença ser tão perigosa.
“Muita gente começa a se sentir mal, mas não procura um médico. Toma remédios para resfriado e a infecção vai piorando, é preciso que as pessoas estejam atentas”, diz o médico infectologista, Ivan Aguiar.
De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, do início do ano até foram registrados 128 casos de meningite em Mato Grosso do Sul. Seis pessoas morreram por conta da doença no Estado. Em 2015, foram 257 casos dos diferentes tipos da doença e 22 mortes.
Causas - A maioria dos casos de meningite é provocada por vírus ou bactérias, mas a doença também pode ser transmitida via fungos. Outros fatores também podem desencadear num quadro de meningite, como alergias a determinados medicamentos, alguns tipos de câncer e também inflamações.
A meningite viral pode ser causada por diversos tipos de vírus e é a forma mais comum e menos perigosa de meningite, pois muitas vezes nem exige tratamento. Os vírus causadores da meningite podem ser transmitidos via alimentos, água e objetos contaminados e são mais comuns entre o fim do verão e o começo do outono.
A bacteriana é a mais grave de todas. Ela ocorre geralmente quando a bactéria entra na corrente sanguínea e migra até o cérebro. Pode acontecer, também, de a doença ser desencadeada após uma infecção no ouvido, fratura ou, mais raramente, após alguma cirurgia. Existe mais de uma bactéria capaz de transmitir a doença. “Ela tem uma evolução muito mais maligna que a meningite viral. Dependendo da circunstancia, pode deixar uma sequela muito maior como, por exemplo, surdez e levar a morte”, explica o médico.
Prevenção - A prevenção da doença vem de ações simples. A meningite é geralmente resultado de contágio entre duas pessoas. Vírus e bactérias causadores da doença podem ser transmitidos via tosse, espirro, beijo ou compartilhamento de itens pessoais. Por isso, é importante evitar ficar muito próximo a pessoas portadoras da doença. Além disso, lavar as mãos e não compartilhar objetos de uso pessoal, pode evitar a doença.
Para bebês de três a cinco meses de idade, a vacina disponibilizada na rede pública de saúde é a melhor forma de prevenção.
Tratamento - O tratamento de meningite depende da causa. Quando o caso é de meningite fúngica, o tratamento é feito via fungicidas. Para meningite viral muitas vezes o tratamento é dispensável, pois a doença costuma desaparecer sozinha após algumas semanas. Geralmente, os únicos meios de terapia indicados pelo médico são repouso, ingestão de muita água e o uso de medicamentos para aliviar as dores. Em casos específicos, o médico pode receitar também um antiviral.
Já para casos de meningite bacteriana, o tratamento deve ser imediato por meio de antibióticos intravenosos e medicamentos de cortisona, para reduzir o risco de futuras complicações. O antibiótico que o médico receitará depende do tipo de meningite que o paciente tem, ou seja, da bactéria causadora da doença.
Mesmo quando as causas da meningite não estão esclarecidas, os médicos podem ministrar medicamentos antivirais e antibióticos para o paciente, já que meningites causadas por vírus e bactérias são os tipos mais frequentes da doença. “O importante é estar atento aos sintomas, tratar bem um resfriado e se for diagnosticado com a doença, buscar um médico imediatamente”, finaliza o infectologista.