“Patrões” da máfia do cigarro são trazidos para presídio de Campo Grande
Dupla estava presa em Mossoró e, após ser absolvida, foi trazida para o Presídio da Gameleira
Dois dos três acusados de contrabando apontados como “patrões” da máfia do cigarro na fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai, já estão em Campo Grande. Os criminosos estavam encarcerados no Presídio Federal de Mossoró (RN), em decorrência de ordem judicial nos autos da Operação Teçá.
Segundo relatou ao Campo Grande News, o advogado Diego Marcos Gonçalves, que atua na defesa dos três, Ângelo Guimarães Ballerini, o “Alemão”, e Valdenir Pereira dos Santos, o “Perna” chegaram à Capital sul mato-grossense na semana passada e estão presos na Gameleira em regime fechado. Já o ex-policial militar Fábio Costa, o “Pingo” deve chegar em Campo Grande até a próxima semana.
Tribunal inocentou “Alemão” e “Perna” de corrupção passiva e revogou prisão do “Pingo”.
“Só estavam no Presídio Federal através do pedido de Naviraí. Como foram absolvidos ou receberam alvará, o pedido então caiu por terra. Fizemos a defesa solicitando o retorno deles para MS e o retorno para o sistema penitenciário estadual dos três”, explicou Gonçalves.
Conforme o relator da apelação, desembargador Nino Toldo, sobre “Alemão” e “Perna”, não há no processo nenhum elemento probatório de que Ângelo e Valdenir tenham sido os responsáveis diretos pela corrupção paga a policiais para permitir a passagem dos caminhões de cigarro.
Já em relação a Fábio Costa, a 11ª turma acatou o argumento da defesa de que há excesso de prazo na formação da culpa, pois até o presente momento, mesmo havendo a fragmentação das denúncias, existem inúmeros processos sem sentença, inclusive, com réus presos há mais de dois anos.
Suposto patrão da máfia do cigarro beneficiado na segunda instância, “Pingo” recebeu alvará de soltura de todos os processos de Naviraí por excesso de prazo, porém ele ainda tem condenação de seis anos de reclusão no âmbito da Operação Nepsis. A pena inicial foi de 39 anos, mas em setembro do ano passado, a 11ª turma do TRF reduziu a sentença em 83% e manteve a condenação apenas por organização criminosa. Segundo o advogado, ele deve chegar em Campo Grande até semana que vem.
O trio foi alvo da Operação Teçá, deflagrada em agosto de 2019 pela Polícia Federal.