Pedreiro ofereceu dinheiro às amigas para achar endereço da ex e matá-la
Motivado pela vingança, o pedreiro Alex Arlindo Anacleto de Souza ofereceu dinheiro para que as amigas da ex-mulher Ísis Caroline da Silva Santos, 24 anos, revelassem o endereço onde ela morava com as filhas em Campo Grande. As informação foi passada pela investigadora da Polícia Civil Maria Campos, que encontrou o corpo e localizou o suspeito.
Ele já havia torturado a vítima enquanto ela morava em Três Lagoas, foi preso, tinha histórico de violência doméstica, mas há cinco meses a Justiça decidiu soltá-lo.
Segundo a investigadora, Alex não descansou enquanto não descobriu o paradeiro de Ísis, que mudou-se do interior logo após o trauma psicológico.
“Ao sair da cadeia, ele cumpriu o que ele prometeu perante a família em 2014, quando disse que iria se vingar. Mediante investigações, tomamos ciência que várias pessoas receberam oferta de dinheiro, nenhuma passou, mas ainda assim ele descobriu e chegou a causar confusão na porta do condomínio”, relata Maria Campos.
Conforme a investigadora, Alex também conseguiu o contato da vítima, que trocou várias vezes de número. A mulher, segundo ela, deu ordens expressas aos funcionários do residencial para não deixarem o suspeito entrar no local. Ísis não tinha medida protetiva e quando o suspeito se irritou ao ser barrado na portaria, a PM (Polícia Militar) foi chamada, mas apenas o retirou do local.
Maria Campos descobriu ainda que os dois se encontraram duas vezes em um hotel na cidade, cujo nome ela preferiu não revelar. Há imagens de câmeras de segurança que confirmam isso.
“Não sabemos se ela aceitou vê-lo por ameaça, mas para as amigas, ela dizia que se algo acontecesse com ela, seria por intermédio do Alex. Eu particularmente acredito que ele deveria estar fazendo pressão, pois depois de tudo isso ela voltar para ele de livre e espontânea vontade?”, opina a investigadora.
Morte – Ísis deixou o apartamento para ir à padaria e o pedreiro a aguardava quatro quadras além do condomínio. Usando a mesma estratégia de quando a manteve em cárcere em Três Lagoas, conforme relatos dele para Maria Campos, pediu para conversar com ela e a convenceu a entrar no carro.
Logo em seguida já seguiu para Ribas do Rio Pardo com intenção de matá-la. Parou em uma estrada e a levou a um rio, onde a afogou e jogou o corpo, deixando o local em seguida.
“Quando nós chegamos em Ribas me passaram informações de que ele já estava em Três Lagoas. Imediatamente fomos para lá. Estava andando na rua quando foi preso em operação conjunta entre vários departamentos da polícia”, relata a investigadora.
Trazido para Campo Grande, foi levado para a cela na Casa da Mulher Brasileira. O caso será encaminhado para apuração na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), já que envolve violência doméstica.
“Ele é uma pessoa completamente fora de si. Não levava desaforo para casa, é altamente ciumento. Se procurar a ficha dele, não tem passagem a não ser violência doméstica. Nós que trabalhamos com investigação nunca gostamos de um final como esse. Quando eu fui ao encontro da família dela, eles acreditavam que íamos trazê-la de volta. É bem revoltante”, completa Maria Campos.