“Perdi uma parte de mim”, diz filho de chargista durante missa de despedida
Nesta sexta-feira (27) todos aqueles a quem o chargista Marcos Antônio Rosa Borges alegrou por uma vida inteira, seja através de sua arte ou pessoalmente, deixaram de lado o sorriso para lamentar, mais uma vez, a perda do artista talentoso que se foi de maneira tão brutal.
A missa de sétimo dia de Marcos Antônio foi realizada na Igreja São Francisco e reuniu cerca de 60 pessoas entre familiares e amigos, que estavam visivelmente abalados.
“Ele era um cara extraordinário, perdi uma parte de mim”, resumiu o filho, Kelvis Antônio Borges aos prantos.
Poucos familiares quiseram falar com a reportagem, tamanho sofrimento. Era possível entender a dor de cada um deles a cada abraço, a cada lágrima que insistia cair dos rostos ainda incrédulos com o que ocorreu.
“A família esta despedaçada. Ele era a melhor pessoa do mundo, um pai incrível, um familiar incrível, amigo. Ele não fazia mal a ninguém, ele queria jogar bola com o neto...”, lamentou a jornalista e nora do chargista, Camila Farias.
Os pais da vitima também acompanharam a cerimônia, mas segundo a família até hoje eles não sabem detalhes das circunstâncias da morte do filho.
Todos os presentes usavam camisetas ilustrando o chargista vestido com camiseta do São Paulo, seu time do coração e segurando um lápis, instrumento de trabalho por ele dava vida as suas criações.
“Marcos Borges. Obrigado por nos alegrar sempre. Nosso eterno artista”, diz a frase estampada na camiseta.
Desaparecimento e morte – Marcos Antônio estava desaparecido desde o dia 21 de novembro e sua busca mobilizou a polícia e centenas de pessoas através das redes sociais. Contudo, o corpo da vítima foi encontrado três dias depois, terça-feira (24), dentro de duas malas carbonizadas, que estavam em um terreno no bairro Corcovado.
No mesmo dia pela manhã, a assassina Clarice Silvestre, se apresentou à Polícia Militar de São Gabriel do Oeste e confessou o crime. O crime aconteceu por volta das 8h20 do sábado (21), após discussão na casa dela, no bairro Monte Castelo.
À polícia, a massagista contou que tinha relacionamento há 9 meses com Marco Antônio, mas que ele não queria torná-lo público. A discussão começou quando viu uma foto no celular dele, com outra mulher. Ela contou ter sido agredida com 2 tapas e o empurrou da escada. Depois, quando o chargista ainda estava atordoado, o esfaqueou.
Depois de ter matado o chargista, de manhã, Clarice foi para um bar. Após o almoço, Clarice saiu para comprar materiais para esquartejar a vítima voltou para casa com facas, luvas, sacos de lixo e água sanitária para limpar o local.
Por volta das 18h, João Victor Silvestre de Azevedo Leite, 21 anos, filho de Clarice, foi até a casa dela, no Monte Castelo, ajudar a esquartejar a vítima. Às 19h30, o corpo de Marco, dentro de três malas, foi levado para a casa de João Victor, no Jardim Tarumã. Depois, foi levado para terreno baldio, no Jardim Corvocado, e queimado.