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Capital

PF apreendeu R$ 70 mil na casa de Trutis; maços de dinheiro estavam em paletó

À Justiça Eleitoral, Trutis havia declarado patrimônio de aproximadamente R$ 48 mil, sendo R$ 33 mil em espécie

Kerolyn Araújo | 13/11/2020 10:53
Em foto postada em rede social, deputado posa com arma. (Foto: Reprodução/Facebook)
Em foto postada em rede social, deputado posa com arma. (Foto: Reprodução/Facebook)


Preso na manhã de ontem (12) pela Polícia Federal, por posse ilegal de arma de fogo de uso restrito, o deputado federal Loeste Carlos, o Tio Trutis (PSL-MS), tinha R$ 70 mil em dinheiro em casa. O parlamentar foi alvo de mandado de busca e apreensão durante a Operação Tracker, que investigava o atentado fake sofrido por ele em fevereiro deste ano.

Conforme apurado pelo Campo Grande News, R$ 44 mil foram encontrados dentro de uma mala, no armário da casa do deputado na Capital. Parte do dinheiro estava divididos em dois maços, em um terno do parlamentar.

À Justiça Eleitoral, Trutis havia declarado patrimônio de aproximadamente R$ 48 mil, sendo R$ 33 mil em espécie e o restante depositado em contas de dois bancos. O deputado declarou receita de campanha de R$ 55 mil, mas candidatura à prefeitura de Campo Grande foi indeferida devido a ausência de requisito de registro.

Além do dinheiro, a polícia também encontrou na casa uma pistola 9 milímetros, um revólver calibre .357, um fuzil T4 de uso restrito e 406 munições de diversos calibres. Somente num pode de vidro, em formato de caveira, estavam 100 munições de calibre 556.

Prisão e soltura  - Trutis foi levado para a Superintendência da Polícia Federal, onde ficou das 7h às 15h3.

O parlamentar seria levado para o Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal), onde passaria por exame de corpo de delito antes de ser encaminhado ao presídio. Porém, no final da tarde, a ordem de soltura do investigado foi expedida pela ministra Rosa Weber, do STF (Supremo Tribunal Federal).

A decisão de soltura foi baseada na Lei nº 13.965/2019, conhecida como "Pacote Anticrimes", proposto no ano passado pelo então ministro Sergio Moro, que mudou a interpretação sobre os delitos de posse de arma de uso restrito – o fuzil apreendido com o deputado, no caso –, e posse de arma de uso proibido, além da compreensão sobre crimes hediondos. "A legislação passou divisar o regime de apenamento do porte ou posse de arma de fogo de uso restrito daquele que envolve arma de fogo de uso proibido", disse.

A ministra registra toda a linha de pensamento e conclui que a posse do fuzil não é um crime inafiançável e por isso, não pode manter Trutis preso, uma vez que ele tem foro privilegiado.


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