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Capital

PF prende João Amorim por porte de arma e solta após fiança de R$ 10 mil

Thiago de Souza | 09/07/2015 19:56
Preso por porte ilegal de arma, João Amorim pagou fiança de R$ 10 mil e foi liberado. (Foto: Marcos Ermínio)
Preso por porte ilegal de arma, João Amorim pagou fiança de R$ 10 mil e foi liberado. (Foto: Marcos Ermínio)

O empresário João Alberto Kramper Amorim, dono da empresa Proteco Construções, foi preso por posse ilegal de arma nesta quinta-feira (9) em Campo Grande. A empresa dele é uma das investigadas na Operação Lama Asfáltica, desencadeada pela Polícia Federal. Esta é a primeira fase da operação que tem como foco empreiteiras suspeitas de realizar contratos superfaturados com o governo.

De acordo com informações da PF, o empresário pagou fiança no valor de R$ 10 mil e foi liberado.

O Caso

A força-tarefa, composta por órgãos federais e comanda a Operação Lama Asfáltica, investiga contratos firmados pela Proteco Construtora e Anfer Construções com a Prefeitura Municipal de Campo Grande e o Governo do Estado. O prejuízo inicial é de R$ 11 milhões. No entanto, segundo o representante da CGU (Controladoria Geral da União), José Paulo Barbieri, os danos aos cofres públicos de ser maior.

A Polícia Federal tem indícios de que João Alberto Krampe Amorim dos Santos, dono da Proteco Engenharia, estava à frente do esquema que motivou a operação Lama Asfáltica, desencadeada nesta quinta-feira (9). Ele é conhecido por sempre tocar as grandes obras que envolvem contratos milionários, como o Aquário do Pantanal.
O empresário, segundo a polícia, é suspeito de fraudar as licitações com a ajuda de servidores públicos e donos de outras companhias.

João Amorim figura no cenário político de Mato Grosso do Sul desde que foi tesoureiro da campanha de André Puccinelli (PMDB) para a prefeitura em 1996 e 2000. Ele também coordenou a campanha da irmã Antonieta Amorim (PMDB) para a Assembleia Legislativa em 2014.

Conforme prestação de contas das eleições de 2014 e 2012, a Proteco fez doações no valor de R$ 1.452.791,78 para Maria Antonieta e de R$ 1,4 milhão para o Comitê Financeiro Único do PMDB quando Edson Giroto foi candidato a prefeito.

Matéria publicada pela Revista Veja em setembro de 2010 aponta que, segundo suspeitava o MPF (Ministério Público Federal), foi a partir da participação nas corridas eleitorais que ele passou a ser beneficiado com os contratos.

Denúncia encaminhada ao MPE (Ministério Público Estadual) em dezembro de 2014 aponta que Amorim já “abocanhou” mais da metade das obras com recursos do Fundersul (Fundo de Desenvolvimento do Sistema Rodoviário de Mato Grosso do Sul).

Ofício encaminhado pela prefeitura à promotoria que cuida do caso informa que a Proteco atualmente detém três licitações para obras ainda em andamento na cidade cujos valores somam R$ 14.864.231,30.

A LD Construções Ltda., que também foi alvo da operação Lama Asfáltica e pertence ao genro de João Amorim, detém outras cinco obras na Capital com valores que chegam a R$ 15.859.603,65, segundo os arquivos do processo. O montante não inclui o contrato da coleta de lixo, que prevê faturamento de R$ 1,3 bilhão em 25 anos.

Um desses serviços é o tapa-buraco na cidade, que gerou polêmica em fevereiro quando moradores flagraram funcionários da Proteco supostamente jogando pavimentação em pontos onde não havia crateras. Esse contrato movimenta milhões de reais por ano. Para 2015, o orçamento previsto foi definido em R$ 137.488.419 para tampar 11.976.588 metros quadrados de fendas.

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