Pichações se espalham pela cidade e não perdoam nem igreja
As autoridades de segurança estão com dificuldade de combater a ação dos pichadores em Campo Grande, prova disso é que essa prática criminosa tomou conta da cidade e já chegou até em bairros afastados. Até igreja virou alvo dos pichadores.
As irmãs Aparecida e Lourdes Vieira, 51 e 46 anos respectivamente, moram no Bairro Aero Rancho e afirmam que em qualquer rua da região há um imóvel ou muro pichado. Para elas, quem picha tem que ser preso e ficar na cadeia. “ Antes a gente via esses negócios só centro, agora está em tudo quanto é lugar. A cidade está ficante muito feia assim”, lamentou Lourdes.
No momento em que foram abordadas pela reportagem do Campo Grande News, as irmãs passavam em frente o muro de uma casa, que fica na Rua Santa Quitéria, que está completamente pichado. “ Para que isso (apontou em direção ao muro), olha que foi feia, sem sentido. Quem entende o que está escrito”, questionou Aparecida.
Nem igreja ficou livre se ser pichada. Na Avenida Raquel de Queiroz, também no Aero Rancho, a parede lateral da sede da igreja Assembleia de Deus Missões está tomada por rabiscos e desenhos disformes feitos com tintas spray. Na mesma via casas, muros e comércios estão na mesma situação.
A comerciante Luzia Gonçalves, 63 anos, mora no Bairro há 30 anos e conta que já teve o muro de comércio pichados várias vezes. Ela está construindo duas peças para ampliar o imóvel, porém já teme, quando o local for pintado, que ele seja alvo de pichação. “ Esses dias picharam aqui e eu consegui limpar, mas sei que vai ser pichado”.
Luzia pede mais policiamento na região, principalmente no período noturno. “ Aqui está difícil. Eles fazem isso na calada da noite. Tem que ter mais segurança aqui pra gente”.
De acordo com o artigo 65 da lei 9.605 de fevereiro de 1998, pichar ou por outro meio conspurcar edificação ou monumento urbano tem pena prevista de três meses a um ano de detenção além de multa. Caso o local pichado seja um monumento ou coisa tombada em virtude do seu valor artístico, arqueológico ou histórico, a pena é de seis meses a um ano de detenção e multa.