Piloto descartou GPS antes de pouso forçado; supeita é tráfico de drogas
Polícia trouxe helicóptero apreendido ontem na fronteira de MS para investigação na Capital
Na manhã desta sexta-feira (16) está sendo trazido para Campo Grande o helicóptero Robinson R66, prefixo PR HMR, que pousou de forma forçada na manhã de ontem (15), na região do distrito de Nova Itamarati, em Ponta Porã, a 316 quilômetros da Capital. Com escolta, a aeronave deve passar, por volta das 7h20, pela Avenida Afonso Pena.
Após o pouso forçado, a equipe do Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado) foi até o local para averiguar a aeronave, que, segundo a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), pertence a uma empresa de táxi aéreo, comprada em 2017 e que atualmente tem operação negada para a atividade.
O helicóptero comporta quatro passageiros, mais piloto e tem capacidade para 130 quilos de carga. Na internet, o preço estimado é de cerca de 900 mil dólares, ou cerca de 5.1 milhões de reais.
De acordo com a delegada responsável e diretora do Dracco, Ana Cláudia Medina, "as evidências encontradas na aeronave, (para-brisa e faróis quebrados, posição do pouso) com as incoerentes, inconsistentes e evasivas versões apresentadas pelo piloto, levou à classificação do sinistro como de natureza criminosa".
Ainda conforme Medina, o piloto do helicóptero descartou o GPS da aeronave e formatou o smartphone usado para falar com os "patrões". Segundo a delegada, essas são características das narco operações, ou seja, voos baixos para evitar o controle aéreo, ausência de plano de voo, diário de bordo, dentre outros elementos. "Estava tão próximo do solo que o helicóptero atingiu a rede de alta tensão", pontuou a diretora do Dracco.
A aeronave está sendo trazida para Campo Grande com um guincho e será encaminhada para o hangar do Dracco, onde será submetida a novos exames periciais. O piloto foi detido na manhã de ontem, levado para a delegacia da PF (Polícia Federal), ouvido e liberado.
A apreensão do helicóptero faz parte da Operação Ícaro, que é realizada em caráter permanente, na repressão qualificada de crimes aeronáuticos.