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Capital

Polícia indicia dois por capotamento com morte na saída para Três Lagoas

Ana Paula Carvalho e Fernando da Mata | 12/12/2011 12:44

Carro era dirigido por adolescente de 15 anos

Garrafas de cerveja foram encontradas dentro e fora do veículo. (Foto: Fernando da Mata)
Garrafas de cerveja foram encontradas dentro e fora do veículo. (Foto: Fernando da Mata)

A delegada Maria de Lourdes Cano, responsável pelas investigações sobre o capotamento na saída para Três Lagoas, no dia 19 de novembro, que resultou na morte de José Eduardo Menegat Tavares Manzione, de 15 anos, indiciou o dono da casa onde os sete adolescentes que estavam no Honda City que capotou participavam de um churrasco e o proprietário da conveniência onde eles compraram cerveja.

Roberto Wagner da Costa foi indiciado por fornecimento de bebida alcoólica para menores de idade, porque apesar de não estar em casa quando os meninos chegaram, era o responsável por todos os menores.

De acordo com a delegada, ele foi omisso, porque tinha conhecimento do churrasco e depois que chegou não impediu o consumo de bebida. “De acordo com a lei, pra a existência do crime, basta a ação ou a omissão do responsável”, afirma a delegada.

Ainda segundo ela, quando os adolescentes chegaram, já havia bebida alcoólica no local.

No dia 20 de novembro, Roberto chegou a dar entrevista ao Campo Grande News, na Santa Casa de Campo Grande, e afirmou que “a festa não era regada a álcool e que eles (adolescentes) estavam tomando refrigerante e fazendo churrasco na beira da piscina”. No dia, a opção do jornal foi por não divulgar o nome dele, para preservar a identidade do filho, um adolescente de 16 anos, que também estava no veículo e continua internado na Santa Casa, no CTI 2 (Centro de Terapia Intensivo).

Já o proprietário da conveniência, Ricardo Martins, de 28 anos, onde os meninos passaram para comprar cervejas antes do capotar o carro, foi indiciado por vender bebia alcoólica para menores, mesmo não tendo sido ele quem atendeu os meninos.

De acordo com a delegada, ele foi indiciado porque estava presente no momento e automaticamente deu o aval para a venda. Se ele não estivesse no local, tanto ele, quanto a vendedora seriam indiciados.

Segundo o advogado do Ricardo, Walmir Deborto, o próximo passo “é aguardar o posicionamento do Ministério Público”.

O proprietário da conveniência afirmou à equipe de reportagem, que desde o acidente, eles estão pedindo documentos que comprovem a maioridade dos clientes. “Agora estamos pedindo a identidade de todo mundo que entra na conveniência. Alguns já ficaram bravos. A gente acaba perdendo venda, mas fazer o que”, diz.

De acordo com a delegada, mais pessoas devem ser indiciadas nos próximos dias.

Acidente - Os adolescentes eram passageiros do veículo Honda City, conduzido por um menino de 15 anos. Ele perdeu o controle do carro ao tentar fazer uma curva na avenida Ministro João Arinos, saída para Três Lagoas, bateu em uma árvore e capotou várias vezes.

No veículo estavam sete meninos. Todos foram arremessados para fora do carro. José Eduardo morreu na hora. Os outros foram encaminhados para o hospital.

No local do acidente foram encontradas, aproximadamente, cinco garrafas de cerveja. Segundo o Corpo de Bombeiros, todos os ocupantes estavam sem cinto de segurança.

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