Dono de casa onde jovens beberam antes de acidente pode ser indiciado

A delegada Maria de Lourdes Cano, responsável pela investigação do acidente na saída para Três Lagoas que causou a morte de José Eduardo Menegat Tavares Manzione, que completaria 16 anos hoje, informou que o dono da casa onde os adolescentes estavam bebendo pode ser indiciado por fornecimento de bebida alcoólica a menores.

Segundo os dois adolescentes que prestaram depoimento esta tarde na Deaij (Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude), às 10h30 de sábado, após fazerem um simulado na escola onde estudam, foram para a casa de um deles no bairro Chácara Cachoeira fazer um churrasco. Segundo a delegada, o dono da casa, pai de um dos adolescentes, viu que no local havia bebidas alcoólicas e foi ele quem acendeu o fogo da churrasqueira. Ele foi intimado para prestar esclarecimentos.

Aproximadamente às 16h, eles saíram para comprar mais cerveja na conveniência de um posto no mesmo bairro. Ao lado do motorista, um menino de 15 anos, que já chegou à festa dirigindo o carro da mãe, estava sentado José Eduardo. Atrás estavam os outros cinco menores.

Eles voltavam para a festa, quando o condutor resolveu “mostrar aos meninos o quanto o carro, um Honda City, corria”, de acordo com a delegada. Ele decidiu pegar a rodovia. De acordo com os adolescentes já ouvidos, a velocidade do carro estava a aproximadamente 150 km quando ele tentou fazer a curva e não conseguiu.

Ainda de acordo com eles, o carro bateu no meio fio, na árvore e capotou várias vezes. Alguns dos meninos desmaiaram ainda dentro do carro, antes de serem arremessados para fora do veículo.

Segundo um dos meninos, um adolescente de 15 anos, apenas ele estava de cinto e, mesmo assim, foi lançado para fora. De acordo com a delegada, há marcas do cinto no corpo dele.

Responsabilidade-A delegada vai ouvir a mãe do condutor do veículo, já que o carro está no nome dela. O objetivo é identificar quem cedeu o carro ao garoto, se foi o pai ou a mãe. De acordo com os adolescentes era comum ele dirigir o carro pela cidade. Se isso for confirmado, quem deixou que ele pegasse o automóvel pode responder por omissão de cautela.

A Polícia também vai investigar a conveniência que vendeu a bebida aos menores. A delegada quer identificar quem comprou, se toda a cerveja da festa foi comprada lá e porque eles venderam para os adolescentes.

O adolescente, motorista do carro, deve responder por homicídio doloso, com dolo eventual, quando não há intenção, mas você assume o risco e por lesão corporal dolosa dos outros cinco adolescentes.