Polícia investiga "invasão" na Prefeitura e cogita chamar Bernal para depor
O delegado coordenador dos plantões da Polícia Civil, Fernando Nogueira, esteve na sede da Prefeitura Municipal na manhã desta sexta-feira (16) para avaliar o cenário, após a invasão do grupo de Alcides Bernal. De acordo o policial, pelo menos 20 salas foram invadidas e tiveram algum dano, além dos servidores que foram expulsos dos seus postos de trabalho. Nogueira irá convocar algumas pessoas para depor e irá investigar se Bernal incitou os invasores na ação e cogita também chama-lo para depor.
O trabalho de coleta de digitais está sendo feito, dois peritos criminais, outros dois papiloscopista e um agente de polícia cientifica estão trabalhando no local. Seis boletins de ocorrências foram registrados ontem, o primeiro às 17h25. “Há responsabilidades por essas ações e o que foi causado. Vou ouvir as pessoas e apurar tudo que aconteceu no prédio da Prefeitura. Não sei se o Bernal incentivou ou não, as denuncias tiveram por base os relatos dos funcionários”, ressalta Fernando Nogueira.
De acordo com o delegado a investigação pode levar até um mês. “A princípio a investigação terá 30 dias podendo ser prorrogados a partir das constatações”, avalia.
A chefe da central de compras, Veridiana Alves Fernandes, conta que sua sala foi invadida e documentos foram furtados. “Eles querem impedir que irregularidades da outra gestão fossem alvo de investigação. Alguns desses processos mostravam irregularidades. Isso é uma tentativa de prejudicar futuros processos administrativos”, comenta a funcionária.
Ontem à tarde, quando a equipe de Bernal chegou ao Paço Municipal, somente sete guardas municipais estavam na segurança. Quando o reforço chegou, de acordo com Jonys, o grupo já tinha ocupado o prédio.
Os guardas municipais flagrados revistando bolsas e mochilas de funcionários também vão responder a sindicância administrativa.
O secretário de Desenvolvimento Edil Albuquerque entrou no gabinete acompanhado de uma autoridade policial. A secretaria foi uma das mais depredadas pela equipe “temporária” de Bernal.
Hoje, a administração dispensou 580 servidores que trabalham no local. O “feriado” vai prejudicar o fechamento da folha de pagamento do funcionalismo público. Alcides Bernal voltou ao comando da cidade por oito horas. À meia-noite de hoje, o TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) derrubou a liminar e manteve Gilmar Olarte (PP) como prefeito.
Por volta da meia noite de hoje, a liminar que dava ao prefeito cassado o direito de ser reconduzido ao cargo foi derrubada pelo Tribunal de Justiça. A liminar foi cassada pelo desembargador de plantão, Vladimir Abreu da Silva, que acatou pedido da assessoria jurídica da Câmara Municipal de Campo Grande
Com a decisão, Bernal ficou apenas oito horas no cargo de prefeito. Ele não conseguiu esquentar a cadeira, apesar dos ex-secretários terem assumido o comando das pastas e até humilhado os comissionados nomeados por Olarte.