Polícia vai repetir depoimentos de testemunhas sobre morte de Gabrielly
Gabrielly Ximenes Souza morreu no dia 6 de dezembro após sofrer quatro paradas cardiorrespiratórias
Testemunhas que já prestaram depoimento sobre a morte da menina Gabrielly Ximenes Souza, de 10 anos, voltarão a ser ouvidas pela polícia nos próximos dias. A menina fazia o 4º ano do ensino fundamental na escola Lino Villachá, no Bairro Nova Lima, e morreu na Santa Casa de Campo Grande uma semana depois de briga envolvendo colegas, a cem metros do local onde estudava.
Ao Campo Grande News, a delegada Ariene Murad, responsável pelo caso, detalhou que algumas testemunhas já ouvidas serão chamadas para um novo depoimento. A intenção é esclarecer “dúvidas” que foram se formando durante a investigação, que até então já ouviu 16 pessoas.
Sem os laudos em mãos, a delegada reforçou que todas as informações colhidas serão mantidas em sigilo até o fim das investigações, incluindo a possível participação de outras duas adolescentes de 13 anos na briga. Agora, o mais importante para a polícia é entender se as agressões que a criança sofreu resultaram, de alguma maneira, na morte dela.
Na linguagem técnica, explicou a delegada, é preciso saber se há “nexo causal” entre a agressão sofrida, a piora do estado de saúde e a morte.
O diagnóstico para a morte da menina foi de “artrite séptica”, uma infecção que atinge articulações e pode ser provocada por bactérias e até vírus. A doença foi identificada no quadril de Gabrielly na segunda vez que ela foi levada para a Santa Casa, no dia 4 de dezembro, depois de passar pela UPA (Unidade de Pronto Atendimento Coronel Antonino) e pelo CEM (Centro Especializado Municipal).
No hospital, a situação evoluiu e a menina teve “tromboembolia”, que atinge os pulmões. Com a piora no estado de saúde, ela sofreu quatro paradas cardiorrespiratórias e morreu na manhã do dia 6, uma quinta-feira. O atendimento de saúde recebido pela estudante também é alvo de investigação.
Entenda - A briga entre Gabrielly e a colega de sala, de 9 anos, teria começado dentro da escola e chegado a rua após a saída das meninas da aula.
Para a polícia, a menina de 9 anos confessou ter agredido a vítima sozinha, com “três mochiladas”. Após prestar depoimento, a delegada Fernanda Feliz, a primeira a investigar o caso, chegou a falar que seria investigada se uma doença pré-existente teria provocado a morte. Pelo histórico médico da criança, isso já foi descartado.
Ao contrário do depoimento, a família de Gabrielly afirmou que a confusão envolveu outras duas adolescentes. O que se sabe de fato é que após as agressões, a menina caiu, sentiu dores muito fortes no quadril, teve ajuda de um rapaz na rua, foi andando para uma marquise, pois chovia na hora, onde aguardou “deitadinha” o socorro do Samu (Serviço Móvel de Atendimento de Urgência).