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Capital

Policial depõe e mantém versão de legítima defesa em briga de trânsito

Ricardo Hyun Su Moon está preso e responderá por homicídio doloso

Mayara Bueno e Richelieu de Carlo | 31/12/2016 17:06
Policial Ricardo Hyun Su Moon minutos após matar empresário a tiros (Foto: Simão Nogueira)
Policial Ricardo Hyun Su Moon minutos após matar empresário a tiros (Foto: Simão Nogueira)
Delegado João Eduardo Davanço detalhou depoimento. (Foto: Richelieu de Carlo)
Delegado João Eduardo Davanço detalhou depoimento. (Foto: Richelieu de Carlo)

Em depoimento, o policial Ricardo Hyun Su Moon, 46 anos, disse à Polícia Civil que agiu em legítima defesa ao disparar sete vezes contra os ocupantes da Hilux e confirma que uma briga de trânsito provocou a situação, na madrugada deste sábado (31).

Três tiros acertaram o empresário Adriano Correia do Nascimento, 33 anos, que morreu na hora. O policial foi indicado por homicídio doloso, quando há intenção de matar, e por duas tentativas de homicídio. No veículo, também estavam Agnaldo Espinosa da Silva e seu filho de 17 anos, que ficaram feridos.

Depois de prestar depoimento, o policial rodoviário foi levado para o IML (Instituto de Medicina Legal) e posteriormente será levado para o Garras (Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos), onde permanecerá preso se não houver decisão que revogue a detenção em flagrante.

O delegado João Eduardo Davanço afirmou que o policial contou que estava indo trabalhar no posto da Rodoviária de Campo Grande, quando foi fechado pelo condutor da Hilux, na Avenida Ernesto Geisel, por isso pediu para que ele parasse.

Ainda conforme o depoimento, a intenção era saber se Adriano estava alcoolizado. Ricardo afirma ter se apresentado como policial, dando ordem para que eles parassem. No entanto, somente Agnaldo e seu filho teriam descido, mas em seguida retornaram ao veículo, quando o empresário teria ‘arrancado’ o carro em direção do policial, na tentativa de atropelá-lo.

Para o delegado, Ricardo contou que “agiu instintivamente como defesa” e disparou contra as vítimas. Atingido com dois tiros no peito e um pescoço, Adriano perdeu a direção e o carro colidiu em um poste.

Ricardo, então, teria acionado a PM (Polícia Militar), que levou o caso para Depac Centro. Ainda de acordo com Davanço, o fato de o autor ser policial não afetou nem afetará a investigação contra ele.

Agora, a próxima fase será ouvir Agnaldo e o filho, ambos internados, mas sem risco, na Santa Casa. O depoimento dos dois deve ser colhido quando deixarem a instituição de saúde.

Sobre a alegação de que a ação foi por legítima defesa, o delegado afirma que, mesmo se a tese prosperar, o policial poderá responder por excesso, já que disparou sete vezes. Foi feito teste de alcoolemia em Ricardo e o resultado deu negativo para qualquer ingestão.

Policial disparou contra empresário, que morreu no local. (Foto: Simão Nogueira)
Policial disparou contra empresário, que morreu no local. (Foto: Simão Nogueira)

Arma de trabalho – A PRF (Polícia Rodoviária Federal) afirmou que a arma utilizada por Ricardo pertence a corporação e é usada para serviço. Confirmou que foi aberto um procedimento disciplinar para investigar a conduta do policial.

Ainda não há prazo para conclusão da apuração e detalhes sobre a possível consequência da investigação não puderam ser divulgadas.

O policial rodoviário federal ficou no local do crime e chegou até a discutir com uma das vítimas, mas não foi preso na ocasião, mesmo havendo policiais militares no local.

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