Policial que matou professora no trânsito recorre à Justiça para ser promovido
Defesa aponta que a promoção por antiguidade é direito, independente de processo criminal
O policial militar Alexander Nantes Stein, que matou professora em acidente de trânsito, recorreu à Justiça para ser promovido na PM (Polícia Militar).
Conforme a defesa, ele é segundo tenente e, por critério de antiguidade, deveria ter passado para primeiro tenente em 2020. Porém, seu nome não constou na lista publicada no Diário Oficial do Estado em outubro do ano passado. De acordo com processo, Alexander ingressou na PM em setembro de 2008.
“Durante aludido lapso temporal, o requerente exerceu e exerce com galhardia, zelo, capricho e devoção vários cargos e funções, sempre obtendo êxito em todas as missões que lhe foram atribuídas, as quais exigiam/exigem grande experiência, serenidade, responsabilidade, capacidade e competência técnica-profissional; qualidades que sempre lhe foram peculiares”, sustenta a defesa.
O pedido de promoção não faz menção direta ao acidente, pelo qual ele é réu. O advogado Pedro Henrique Barbosa dos Santos Duarte aponta que a promoção por antiguidade é “direito inerente ao próprio exercício da carreira, que não pode ser impedido, independentemente de eventualmente o castrense [relativo a militar] estar sendo investigado ou estar sendo processado criminalmente”.
A defesa pede R$ 20 mil de indenização por dano moral. O pedido tramita na 2ª Vara de Fazenda Pública e de Registros Públicos de Campo Grande. Ainda não há decisão.
“Não há como afirmar que a não promoção do oficial, se deu em razão do acidente. Mas, temos que o militar tinha todos os requisitos que o habilitava a ser promovido E, de forma escusa, optou o Estado por não fazê-lo. É importante ter em mente, todavia, que a promoção por antiguidade é referente à data de 5 de setembro de 2019. Ou seja, muito antes do acidente”, afirma o advogado ao Campo Grande News.
Acidente fatal – A professora Suellen Vilela Brasil, 32 anos, morreu após colisão na noite de 30 de maio de 2020, na Avenida Gury Marques, na Vila Cidade Morena, em Campo Grande.
A vítima dirigia um Renault Clio Sedan quando teve a traseira do veículo atingido pelo VW Gol, conduzido por Alexander, 33 anos.
Por causa da colisão, o Clio bateu na guia do canteiro lateral direito da pista e na sequência contra uma árvore. O carro ficou destruído e Suellen morreu no local. Já o Gol atravessou o canteiro central e parou no sentido contrário da via.
Alexander está em liberdade após pagar fiança de R$ 10,4 mil, mas monitorado por tornozeleira eletrônica. Ele comandava o 4º Pelotão de Ribas do Rio Pardo, a 103 km de Campo Grande, mas depois do acidente fatal foi transferido para atividade administrativa na corporação.
O processo por homicídio culposo na direção de veículo automotor, sob influência de álcool, tramita na 3ª Vara Criminal de Campo Grande.