“Possessivo”: família busca resposta sobre morte de mulher que fugia do marido
Caso aconteceu na madrugada de ontem, na Rua Orlando Daros, no Parque Residencial Maria Aparecida Pedrossian
De Costa Rica, a família da atendente de farmácia Taís Ferreira Guimarães, de 31 anos, busca respostas para entender o que aconteceu antes de a vítima pegar o carro para fugir do marido, de 50 anos, e morrer em acidente. O caso aconteceu na madrugada de ontem (24), na Rua Orlando Daros, no Parque Residencial Maria Aparecida Pedrossian, em Campo Grande.
Enquanto velava a irmã, na manhã desta terça-feira (25), Laís Ferreira Guimarães, de 22 anos, conversou com a reportagem por telefone. Ela disse que Taís havia se mudado há pouco mais de 1 ano para viver com o marido, que era possessivo e já tinha ameaçado de morte a vítima. “Minha irmã tinha alugado um apartamento e se preparava para receber os filhos de 9 e 10 anos que ficaram com a avó no interior.
Segundo informado pela polícia, Taís levou um tapa no rosto e foi sufocada antes de fugir do marido. A mulher pegou a direção de um carro, mas no trajeto colidiu contra um poste de iluminação pública e morreu.
A delegada plantonista Joilce Ramos disse que o casal estava numa conveniência momentos antes. "Quando fui no local, três testemunhas disseram que o marido a agrediu. Deu um tapa no rosto, ela correu para o carro e ele foi atrás. Continuou enforcando ela dentro do carro, mas a mulher conseguiu sair sozinha no veículo em alta velocidade e duas quadras para frente, bateu", disse.
O marido prestou esclarecimentos na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Cepol (Centro Especializado de Polícia Integrada) e foi liberado. O fato continua sob investigação. A reportagem tentou conversar com ele ontem na delegacia, mas o homem preferiu não falar.
Segundo Laís, quem avisou sobre o acidente fatal foi a polícia e que até agora o cunhado não procurou a família para dar satisfação, para ao menos dizer o que houve. “Cadê o celular dela que desapareceu? Porque ele não ligou pra gente até agora? Porque ele sumiu? Apagou as redes sociais dele? Porque ele não prestou socorro?”, questiona.
A irmã afirmou que em janeiro deste ano, em uma das poucas vezes que teve contato com o cunhado, ele falou para a família que se a vítima fizesse alguma coisa que não fosse de seu agrado, os filhos de Tais ficariam sem mãe. “Ele vivia com ciúmes dela e a controlava. Ele é psicopata. Ela não podia colocar uma roupa bonita para sair, não podia conversar com ninguém. Ele magoava ela, mas fingia que dava amor”, desabafou.
Segundo Laís, ontem ele ligou para uma amiga da vítima e deu a entender que antes do acidente a vítima havia surtado e queria se matar. “Ela nunca ia fazer isso. Bateu o carro porque estava fugindo dele, com medo dele. Ela bateu no poste por causa dele”, lamentou.
Taís foi sepultada nesta manhã em Costa Rica, no Cemitério Municipal Divino Pai Eterno. Segundo a irmã, a sobrinha, filha mais velha de Taís, passou mal e precisou ser socorrida ao hospital quando ficou sabendo da morte. "Ela não teve coragem de ver a mãe no caixão. A minha mãe está desesperada também. A gente ainda tem muitas perguntas que precisam de respostas".
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