Prefeito dá aval para adoção de tratamento preventivo contra covid-19
Proposta é criar protocolo com uso de três grupos de medicamentos já sob utização
O prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD), deu aval para a equipe de saúde colocar em prática sugestão feita por grupo de 250 médicos para implantação na cidade de tratamento preventivo da covid-19 com três grupos de medicamentos, já sob uso em consultório. A proposta foi apresentada em reunião ontem à tarde, com representantes desses profissionais da Medicina, o prefeito e o secretário de Saúde, José Mauro Pinto.
Para hoje, está prevista a apresentação de documento detalhando a prática de tratamento sugerida. Os medicamentos incluídos são HidroxiCloroquina 400mg ou Cloroquina 250mg, Azitromicina 500mg ou Claritromicina 500mg e ainda a Ivermectina 6mg. Pelo que foi conversado, a intenção é, inclusive, que o Poder Público compre estoque desses itens.
A ideia é padronizar rotina para quem testou positivo para novo coronavírus e ainda não apresenta sintomas. O objetivo principal é evitar agravamento dos casos e, obviamente, reduzir a mortalidade da doença. Em Campo Grande, a covid-19 matou 14 pessoas, conforme o dado mais recente.
O primeiro remédio na lista dos médicos é a polêmica substância originalmente usada para combater doenças como lúpus e que já gerou debates no mundo todo; o segundo grupo é de antibióticos usados em larga escala para infecções de trato respiratório; e o terceiro produto é voltado ao tratamento de verminoses.
Segundo apurado, depois da reunião desta quarta-feira, o combinado foi que o grupo de médicos, liderado por 10 profissionais, vai elaborar procolo com a forma de tratamento dedicado aos primeiros dia de contágio pelo novo coronavírus. Isso inclui dosagem, tempo de duração, por exemplo,
"Medicina de guerra" - O médico Sandro Benites, que fala pelo grupo, contou ter se surpreendido com a recepção positiva do prefeito sobre a proposta. De acordo com ele, os médicos se reuniram em grupo de WhatsApp, de forma muito rápida, para pensar em iniciativas de tratamento da doença, sem ter que esperar por estudos científicos de longo prazo. "Em um dia, tivemos a adesão de mais de 200 médicos, a maioria já em uso dessas medicações".
A solução preventiva proposta tem base em experiências no Brasil, em Belém do Pará, onde foi adotado protocolo semelhante, por operadora privada de saúde, e os resultados são positivos, cita Benites. Na Espanha, segundo ele, também houve experiência semelhante.
Benites assinalou que, usualmente, se espera anos e anos para definição de tratamentos, com base em estudos científicos. Isso, para ele, vale em época de "medicina de paz". No mundo, afirma, o mundo enfrenta uma guerra contra a pandemia de covid-19. Por isso defende iniciativas "ousadas".
Lembrou, ainda, a orientação do CRM (Conselho Regional de Medicina), acatando medida do CFM (Conselho Federal) de Medicina, que, diante da crise sanitária, afasta a possibilidade de punição por infração ética aos que usarem tratamentos como esses, ressalvando a autonomia dos profissionais para prescrever medicações.
Vamos ver - Procurado, o prefeito Marquinhos Trad disse ter repassado a tarefa de cuidar do tema à Secretaria Municipal de Saúde e fez uma ressalva, sobre a necessidade de estudar, ainda, a viabilidade e disponibilidade desses medicamentos para compra no mercado. A forma de entrega à comunidade também será estudada ainda.
O secretário José Mauro Pinto, além de assentir à informação do prefeito sobre o cuidado de identificar como obter os medicamentos no mercado. Nem todos estão disponíveis. O Campo Grande News já mostrou corrida pela cloroquina e, nesta semana, pela ivermectina, que não precisam de receita médica. Para os antibióticos, é necessário ter indicação médica.