Prefeitura deve fiscalizar funcionários, não a Seleta, argumenta advogado
Além de Gilbraz Marques, Maria Aparecida Salmaze, da Omep, e funcionários das duas entidades ainda prestam esclarecimentos ao Gaeco
Gilbraz Marques, o presidente da Seleta Sociedade Caritativa e Humanitária, foi “convidado” pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) para dar esclarecimentos sobre contrato da entidade com a Prefeitura de Campo Grande e sobre funcionários, contratados pelo município por meio da entidade, que agiriam de forma irregular. A afirmação é de José Amilton de Souza, um dos advogados da Seleta.
O presidente da entidade foi levado ao Gaeco pela manhã e continua na sede da “tropa de elite” do MPE (Ministério Público Estadual). “O convênio da instituição com a prefeitura é legal, o presidente foi convidado para dar esclarecimentos e deve ser liberado”, disse Amilton.
O advogado disse ainda que mais quatro funcionários da Seleta prestam depoimento e que a presidente da Omep (Organização Mundial pela Educação Pré-Escolar), Maria Aparecida Salmaze, também continua no local.
Ele argmenta que “não cabia à Seleta” fiscalizar se funcionários terceirizados pela instituição para a prefeitura estavam agindo de forma irregular nos seus postos de trabalho.
José Amilton deixou a sede do Gaeco poucos minutos depois de chegar, assim que soube que a coleta dos depoimentos ainda não havia sido terminada. Ele diz acredita que o cliente será liberado.
Também deixaram o local, os advogados Fabio Pinto de Figueiredo e Renata Pimentel. Eles só disseram à imprensa que representam Kelly Barbosa, um dos alvos dos sete mandados de condução coercitiva, mas não quiseram falar se a mulher é funcionária da Omep da Seleta ou qual ligação têm com as irregularidades apuradas pelo Grupo de Combate ao Crime Organizado do MPE.
Operação – Gilbraz é um dos principais alvos da Operação Urutau, deflagrado na manhã desta terça-feira (13) e que investiga a existência de funcionários fantasmas contratados por meio da Seleta Sociedade Caritativa e Humanitária e Omep (Organização Mundial pela Educação Pré-Escolar) para trabalhar na gestão municipal.
Ao todo, foram expedidos a pedido do Gaeco,14 mandados de busca e apreensão de documentos, três de prisões temporárias e sete para conduções coercitivas, quando a pessoa é levada para prestar depoimento.
A investigação mira a prática de improbidade administrativa, peculato, associação criminosa, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica, supostamente praticados pelos presidentes Maria Aparecida Salmaze (Omep) e Gilbraz Marques (Seleta).
Nesta tarde, a movimentação é intensa na sede do Grupo de Combate ao Crime Organizado, no Parque dos Poderes. A todo momento viaturas da “tropa de elite” do MPE (Ministério Público Estadual) chegam e saem do local.
Prefeitura – Até agora, a Prefeitura de Campo Grande não se manifestou sobre o assunto. Por meio da assessoria de imprensa, a administração municipal informou que não foi alvo da operação e que só comentaria quando conseguisse saber do que se tratava a ação.