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Capital

Prefeitura retoma obras em loteamento da Cidade de Deus a partir de março

Equipes vão atender o Bom Retiro, seguido pelo Jardim Canguru

Kleber Clajus | 16/02/2018 19:00
O diretor-presidente da Emha, Eneas José de Carvalho,  se reuniu com lideranças comunitárias da Cidade de Deus para tratar das obras (Foto: Divulgação/Emha)
O diretor-presidente da Emha, Eneas José de Carvalho, se reuniu com lideranças comunitárias da Cidade de Deus para tratar das obras (Foto: Divulgação/Emha)

Loteamento da Cidade de Deus, no Bairro Bom Retiro, terá obras retomadas em março pela Prefeitura de Campo Grande. Cronograma foi apresentado, na quinta-feira (15), por técnicos da Emha (Agência Municipal de Habitação) a lideranças comunitárias. Devem ser investidos R$ 4,9 milhões em imóveis também no Vespasiano Martins, Jardim Canguru e Teruel.

"Convênio com o Estado demorou cinco meses por conta da reavaliação de orçamento para construção das casas que faltam alvenaria total, parcial [para mais ou menos] e cobertura", explicou o o diretor-presidente da agência, Eneas José de Carvalho, a líderes comunitários da Cidade de Deus. Isso porque havia previsão de entrega da obra em dezembro de 2017.

Eneas ressaltou que o Bom Retiro será o primeiro a receber os materiais de construção por apresentar maior diferença entre as construções, fruto de "projeto arquitetônico errado". Na sequência, o Jardim Canguru recebe equipes do Proinc (Programa de Inclusão Profissional) compostas pelos moradores que receberam curso específico para edificações.

No Vespasiano Martins, contudo, a agência aguarda parecer de técnico indicar se as obras continuam ou as famílias serão realocadas devido a falhas no terreno e construções. "Não tenho segurança para tocar essa obra", frisou o diretor da Emha. "Prefiro readequar ou tirar recurso das 96 unidades habitacionais dos idosos e contratarmos empreiteira para terminar, se quiserem [assumir]. Não vamos cometer absurdos dentro do processo".

Histórico - As famílias da Cidade de Deus sofrem desde março de 2016, quando a favela foi dissolvida pelo então prefeito Alcides Bernal (PP), com a promessa de que seus barracos seriam substituídos por loteamentos com casas de alvenaria, com telha e acabamento. Mas o que encontraram, na verdade, foram obras incompletas.

Foram reassentadas em quatro bairros cerca de 317 famílias. A Morhar Organização Social firmou convênio de R$ 3,6 milhões para construir todas as casas, porém entregou somente 42 imóveis no Vespasiano Martins.

Em auditoria, realizada pela equipe de Marquinhos Trad (PSD), constatou-se o repasse de R$ 2,7 milhões à entidade, com R$ 800 mil sem notas que provem o que foi adquirido. O município conseguiu bloquear R$ 900 mil e prometeu ir à Justiça contra a Morhar.

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