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Capital

Presidente do CRM diz que não há falta de médicos em Campo Grande

Bruno Chaves | 22/08/2013 17:59

Campo Grande não sofre com a falta de médicos, segundo o presidente do CRM/MS (Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul), Luiz Henrique Mascarenhas Moreira, que prestou depoimento à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Saúde da Assembleia nesta quinta-feira (22).

Mascarenhas confrontou a versão do secretário municipal de Saúde, Ivandro Correa Fonseca, que afirmou em oitiva anterior que dois mil médicos atuam na rede pública da Capital. “Não temos dados oficiais, mas são cerca de dois mil médicos na cidade”, disse.

Para o presidente, Ivandro pode ter falado em dois mil médicos se compararem números de profissionais que, possivelmente, atuem em dois cargos, como em atendimento à saúde básica da família e em postos de saúde.

“Campo Grande tem médicos suficientes. Eles só não estão na saúde pública”, afirmou Mascarenhas, exemplificando que Capital forma muitos pediatras, que até chegam a trabalhar no sistema público, mas logo desistem e partem para o setor privado. “Condições de trabalho e superlotação são os principais problemas”.

Muitos profissionais abandonam o SUS (Sistema Único de Saúde) por causa de salários, comentou gestor do CRM. “O médico se sente inseguro na rede pública”. Mascarenhas informou que a maioria dos profissionais não aceita trabalho no interior por causa de más condições para exercer o trabalho.

“O interior não tem estrutura e exige muita responsabilidade. Os médicos têm medo porque podem ser responsabilizados nas áreas civil e criminal, além do código de ética”, comentou.

Presidente da CPI da Saúde, o deputado estadual Amarildo Cruz (PT) parafraseou o colega Junior Mochi (PMDB) ao citar questões salariais e de condições de trabalho na saúde pública. “O SUS faz de conta de paga, o médico faz de conta que trabalha e o problema estoura no colo do usuário”, comentou.

Respondendo a afirmação, Mascarenhas lembrou que a Fenam (Federação Nacional dos Médicos) trabalha em um projeto que estabelece um piso nacional para a categoria. “Seria de R$ 10,4 mil para uma carga de 20 horas semanais”, concluiu.

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