Presidente nega participação de sindicato em corrupção investigada na Agepen
O presidente do Sindicato dos Servidores da Administração Penitenciária de Mato Grosso do Sul (Sinsap/MS), André Luiz Garcia Santiago, negou na manhã desta sexta-feira (3) que a liderança do órgão e seus principais integrantes tenham participado de esquemas de corrupção na Agepen (Agência Estadual da Administração Penitenciária), investigada pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul.
“Parece que existe uma conjuntura política que quer nos vincular às acusações existentes”, disse Santiago. “Uma tentativa de tirar o foco da Agepen em meio ao clima de instabilidade criado na agência.”
A Agepen foi alvo, no último dia 27 de janeiro, da Operação GIRVE, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), que investiga crimes do sistema penitenciário.
O desgaste pela atuação dos promotores custou a carta de demissão do juiz aposentado Ailton Stropa Garcia, que estava à frente do órgão desde abril de 2015.
“Me parece que as investigações estão em andamento há sete, oito meses e curioso que lido com o Gaeco desde 2015 e meu nome nunca foi citado. Estou à disposição do que for preciso. Quando assumi, inclusive, abri as portas para qualquer investigação de servidores da área acusados de corrupção”, disse o líder sindical.
A sucessão do cargo de Stropa, aliás, é um dos pontos que vem sendo debatido pela categoria. Diferente de 2015, Santiago assegura que agora não entregou carta com recomendação de nomes ao secretário da Segurança Pública José Carlos Barbosa. Mas faz um pedido.
“Tem que ser alguém de carreira, acostumado com o sistema, que tenha pulso firme nas decisões e entenda os agentes (penitenciários) e os problemas do sistema por dentro. Médico não atua como engenheiro”, disse Santiago.