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Capital

Preso na Oiketicus, sargento perde cargo e é condenado a 18 anos

Segundo a promotora Cristiane Mourão, Ricardo ''tinha certeza da impunidade por conta do cargo que ocupava''

Kerolyn Araújo e Guilherme Henri | 17/12/2018 16:04
28 militares viraram réus na operação deflagrada pelo Gaeco. (Arquivo/Fernando Antunes)
28 militares viraram réus na operação deflagrada pelo Gaeco. (Arquivo/Fernando Antunes)

O sargento da Polícia Militar Ricardo Campos Figueiredo, preso durante a Operação Oiketicus, deflagrada em maio deste ano pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), foi condenado nesta segunda-feira (17) a 18 anos, 10 meses e 11 dias de prisão em regime fechado pelos crimes de organização criminosa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Ele estava envolvido no esquema de contrabando de cigarros.

Durante o julgamento, os promotores do MPE/MS (Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul) Cristiane Mourão e Gerson Araújo, apresentaram provas que incriminam o sargento. Entre elas, altas movimentações bancárias sem comprovações entre o filho de Ricardo e pessoas envolvidas na máfia. Em quatro meses, o valor das transações ultrapassou a quantia de R$ 1 milhão.

Para concluir as investigações, o MPE pediu a quebra de sigilo bancário e telefônico dos envolvidos no esquema. A defesa do sargento tentou desqualificar as acusações do Ministério Público alegando falta de provas.

Segundo a promotora Cristiane Mourão, Ricardo ''tinha certeza da impunidade por conta do cargo que ocupava'' e que era ''costa quente'' no esquema de contrabando. 

Além da condenação, Ricardo, que já estava preso desde o dia 16 de maio, também foi excluído da corporação. Ele poderá recorrer da sentença.

Com as investigações do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) 28 policiais militares viraram réus por corrupção passiva e organização criminosa no esquema.

Operação - A Oiketicus –nome científico do bicho-cigarreiro– foi deflagrada para apurar a atuação de policiais militares, incluindo oficiais, visando a favorecer contrabandistas ao longo da fronteira com o Paraguai. 

Segundo as apurações, policiais de patentes mais altas ou de posição de destaque no esquema usavam de influência para abrir caminho para os contrabandistas. Em troca, recebiam propinas que variavam de R$ 500 a R$ 600 semanais a R$ 100 mil mensais – caso dos “cabeças”.

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