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Capital

Preso no Tocantins é condenado em MS por execução de rival do PCC

A sentença de Claudimon Moreira da Silva foi definida em 19 anos e oito meses de reclusão em regime fechado

Geisy Garnes | 21/08/2019 17:37
Corpo foi encontrado em uma mata na saída para Três Lagoas (Foto: Arquivo)
Corpo foi encontrado em uma mata na saída para Três Lagoas (Foto: Arquivo)

Foi julgado nesta quarta-feira (21) mais um réu pela morte do Mauro Éder Araújo Pereira, o “Fininho”. Conhecido como “Coringa de Gelo”, Claudimon Moreira da Silva, de 38 anos, acompanhou do fórum de Palmas, no Tocantins, a leitura da sentença que o condenou a 19 anos e oito meses de prisão pela execução – que aconteceu no dia 3 de junho de 2017 em uma estrada vicinal de acesso ao balneário Atlântico, em Campo Grande.

O corpo de Mauro Éder só foi encontrado no dia 21 de julho de 2017, às margens da estrada vicinal na saída para Três Lagoas. Na época, o caso já era apurado pela DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídio) pela suspeita de envolvimento do PCC (Primeiro Comando da Capital) no desaparecimento da vítima.

Com as investigações, as equipes da especializadas chegaram a 14 envolvidos no crime, todos denunciados pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul por homicídio qualificado, cárcere privado e organização criminosa.

Conforme a polícia, “Fininho” foi sequestrado pelo PCC por ser integrante infiltrado do Comando Vermelho na facção. Ele ainda foi “acusado” por matar alguém sem autorização do grupo e ficar devendo drogas aos líderes. No dia 29 de maio foi sequestrado e até o dia 3 de junho, foi mantido refém em cinco cantoneiras - como são chamados os cativeiros.

Durante os dias que ficou em cativeiro, foi interrogado pelos integrantes da facção. Segundo o Ministério Público, Claudimon foi o primeiro a manter a vítima em cárcere e ficou com ele em duas “cantoneiras”.

O julgamento de “Fininho” no “tribunal do crime” foi filmado pelos criminosos. Nas imagens ele confessa ser infiltrado na facção e implora por misericórdia. Logo depois, aparece de joelhos e é morto com tiro na nuca.

Nesta quarta-feira, “Coringa de Gelo” foi ouvido por videoconferência. Ele está preso em Paraíso do Tocantins, mas foi levada para o fórum da capital Palmas só para participar do julgamento. Diante do júri e do juiz Aluízio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, negou o crime.

Enquanto a defesa, feita pela advogada Gabriela Godoy pediu a absolvição do cliente por negação e insuficiência de provas, o promotor Douglas Oldegardo Cavalheiro dos Santos defendeu a condenação por homicídio qualificado, por motivo fútil e recurso que dificultou a defesa da vítima, organização criminosa e cárcere privado.

O conselho de sentença acatou a denúncia do Ministério Público e o juiz determinou pena de 15 anos pelo homicídio, já considerando o cárcere, e quatro anos e oito meses pela organização criminosa, somando os 19 anos e 8 meses de prisão em regime fechado. O magistrado ainda atendeu o pedido para transferir Claudimon do Tocantins para Campo Grande.

Condenações - O autor dos disparos, André Abner Corrêa de Arruda, 21 anos, foi condenado a 19 anos e cinco meses de prisão pela execução. No julgamento, no dia 19 de setembro do ano passado, ele assumiu autoria do crime sozinho, dizendo que aconteceu por conta de dívida de droga.

Já Leonardo Caio dos Santos Costa, conhecido como Apolo, foi absolvido no dia 26 de junho deste ano. Ele foi apontado como “geral do progresso”, cargo dado ao líder estadual do PCC (Primeiro Comando da Capital). Apolo foi um dos três homens responsáveis por levar Fininho até o local do julgamento e participou do tribunal, dando voto para que ele fosse morto.

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