Preso por morte agora é indiciado por estupro e investigado como predador sexual
Na cadeia há um mês por participar morte de jovem jogado no Inferninho foi indiciado por estupro de menino
Na cadeia desde 26 de abril por envolvimento no assassinato de Gleison da Silva Abreu, de 25 anos - encontrado há cerca de um ano na cachoeira do Inferninho - Leandro Pereira Florenciano, de 35 anos, teve a segunda prisão determinada pela Justiça, agora por estupro de vulnerável. A ordem foi cumprida na sexta-feira (21), na carceragem do Cepol (Centro de Polícia Especializada), no Bairro Tiradentes, em Campo Grande.
A vítima da violência sexual, menino de 8 anos, convivia com Leandro e o marido dele, Emerson Borcheidt, 33 anos, que cometeu suicídio no dia do cumprimento da prisão do suspeito e de recolhimento de evidências, como parte da investigação da morte de Gleison.
De acordo com a delegada Marília de Brito, titular da DEPCA, Leandro pode ser um "predador sexual". Ele é ainda investigado por outros crimes contra crianças e adolescentes. "Além da prática do estupro de vulnerável percebemos uma ação dele por perfil fake. Ele 'namorava' pela internet com outro menino". A vítima, um adolescente, ainda não foi identificada.
Investigações - Após a operação da Polícia Civil sobre o assassinato, as diligências também foram à procura de elementos probatórios do estupro, cujos indícios surgiram durante o inquérito para apurar quem jogou Gleison nas pedras da Cachoeira do Inferninho, onde ele foi achado sem vida no dia 1º de maio do ano passado.
Diante do surgimento dessa vertente, a apuração policial se desdobrou. O homicídio ficou com a DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídios) e o abuso sexual com a DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente). O menino de 8 anos foi levado para a delegacia, assim como uma menina de 11 anos, que convivia no mesmo ambiente.
Os dois confirmaram ser vítimas de estupro, durante depoimento especial. O outro suspeito está sob investigação.
Quanto a Leandro, a confirmação das suspeitas motivou pedido de prisão preventiva pela delegacia, acatado e cumprido na sexta-feira.
No inquérito sobre o homicídio, Leandro está preso temporariamente. O prazo vence nesta terça-feira (25), mas agora, com a outra determinação judicial, ele segue na cela da Cepol.
Não há informações sobre a conclusão da peça inquisitorial sobre a morte de Gleison de Abreu Silva. Pelo que já foi divulgado, Leandro o matou em meio a trama envolvendo golpe para tirar dinheiro da vítima.
Gustavo Scuarcialupi, o advogado de defesa de Leandro Florenciano foi procurado pela reportagem e disse que ainda não teve acesso sobre o inquérito envolvendo o cliente da DEPCA, pois não houve interrogatório nesse caso ainda. Segundo ele, só quando tiver ciência e depois de consultar o cliente, definirá se vai se manifestar.
(Matéria editada às 14h22 para acréscimo do posicionamento do advogado)