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Capital

Procura por caçambas cresce 30%, mas empresas não podem remover lixo para aterro

Flávia Lima | 16/09/2015 09:43
Caçamba em  frente de condomínio pode apenas armazenar o material e não pode ser removida. (Foto:Fernando Antunes)
Caçamba em frente de condomínio pode apenas armazenar o material e não pode ser removida. (Foto:Fernando Antunes)

A greve dos funcionários da Solurb, empresa responsável pela coleta de lixo na Capital fez crescer a demanda por caçambas que recolhem entulho de obras. De acordo com empresários do setor, pelo menos 30% dos pedidos recebidos desde o início da paralisação, são de pessoas, principalmente síndicos de condomínios, solicitando as caçambas para armazenar e fazer a remoção dos sacos depositados nas lixeiras e calçadas.

O Campo Gande News percorreu alguns bairros e constatou a preocupação de administradores de residenciais em não apenas armazenar, mas também retirar o lixo da fachada dos prédios. O problema é que essas empresas não possuem licença para descarregar os dejetos no aterro sanitário, administrado pela Solurb, localizado no Bairro Dom Antonio Barbosa. "Em reunião com o prefeito, ele disse que poderia emitir uma licença temporária se a situação se agravasse, mas até o momento não temos essa permissão para entrar no aterro", explica Enéas Agnelli, membro da Associação Campo Grandense de Locação de Bens Móveis.

A informação é confirmada pelo presidente da entidade, José Artur Fernandes. Ele ressalta, inclusive, que está orientando os empresários a não fazer o transporte da caçamba, sob o risco de serem penalizados por crime ambiental. "O lixo pode ficar depositado lá sem problema, mas só pode ser retirado pelos funcionários da prefeitura ou da Solurb", afirma.

No entanto, alguns síndicos disseram que algumas caçambas estavam sendo recolhidas. "Quem jogou o lixo no atero com certeza burlou a segurança", diz José Artur.

A maioria dos donos de empresas de locação de caçambas ouvidos pelo Campo Grande News afirmou que está respeitando as normas da prefeitura, mas confirma que a procura cresceu desde a semana passada. Porém, para evitar o pagamento de multas, donos de empresas estão avisando os clientes sobre a proibição de recolher as caçambas com lixo.

De acordo com José Artur, a média de locação na Capital é de R$ 100,00 por caçamba e o equipamento pode ficar até cinco dias na fachada da residência ou do prédio.

Dono de uma empresa no Jardim Aero Rancho, Rubens Menezes de Andrade diz que os pedidos cresceram até pouco mais de 30% em sua empresa, mas está recusando todas as solicitações relacionadas ao transporte de lixo.

Já o empresário Vicente Corazza, que possuí uma empresa no Jardim Bela Vista, afirmou que, mesmo se houvesse licença para o serviço teria que continuar dispensando os pedidos por falta de estrutura. Sua empresa conta com 65 caçambas, e, segundo ele, o número não é suficiente para atender os clientes de obras e o recolhimento de lixo. "Prefiro manter o foco na minha clientela", destaca.

Enéas Agnelli diz que também recusaria os pedidos, mesmo com autorização da prefeitura para entrar no aterro. Sua empresa tem 76 caçambas e para atender os condomínios com a remoção do lixo, teria que dobrar esse número. No entanto, ele diz que, mesmo respeitando as normas legais, seus funcionários que atuam no recolhimento das caçambas estão sofrendo atraso no serviço devido ao lixo que é colocado de forma irregular nas caçambas destinadas ao depósito de entulho de obras.

"Meus motoristas acabam tendo que retirar os sacos e colocar na calçada e, às vezes, até a fazer uma triagem do material que está na caçamba porque as pessoas não estão respeitando e jogando material orgânico até fora do saco", reclama.

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