Projeto para, pichadores agem livremente e sujam toda a cidade
Com o projeto contra a pichação parado para ajustes, os prédios públicos viram painéis para os vândalos. Ao mostrar as obras paradas da Prefeitura de Campo Grande, a reportagem se deparou com duplo prejuízo: projetos milionários sem cumprir a finalidade de atender a população e alvos de depredação.
“Desde o ano passado tem o Campo Grande contra a pichação. Mas o projeto está sendo ajustado com as demais secretarias”, afirma o comandante da Guarda Municipal, coronel Jhonys Cabreira. Enquanto o programa não retorna, ele afirma que a guarda reforçou as rondas e faz monitoramento por meio da equipe do serviço reservado. “Quando menos esperarem, vamos pegar algumas pessoas”, diz.
Na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) das Moreninhas, com investimento de R$ 3,6 milhões, a obra parada estampa as marcas do vandalismo pelas paredes. A mesma sina tem a UPA do Jardim Santa Mônica. Lançada em 2012, no valor de R$ 3 milhões, a construção inacabada tem pichações no muro.
No Jardim Tijuca, uma obra de Ceinf (Centro de Educação Infantil) foi tomada pelo mato e alvo dos pichadores. De acordo com Jhonys Cabreira, a guarda está em 554 pontos.
No entanto, outros 220 locais ficam sem efetivo diante de um déficit de 500 guardas. Criada pela Lei Municipal 2.749, de 10 de agosto de 1990, a Guarda Municipal conta, atualmente, com 1.354 pessoas.
O comandante afirma que não há como ficar em todos os espaços públicos da cidade. Neste cenário, a aposta é na intensificação das rondas. Um ponto que teve segurança ampliada foi o Paço Municipal, na avenida Afonso Pena.
Os guardas, que já atuavam na segurança patrimonial, controlam a entrada e saída de veículos. A medida é para que o local não seja usado como estacionamento. Ou seja, por pessoas que ocupam vagas sem, de fato, irem à prefeitura.
Saudade - Na Orla Morena, local onde foi lançado o projeto “Campo Grande contra a pichação”, a inciativa deixou saudades. “Seria bastante interessante se voltasse”, salienta o presidente da Associação Amigos da Orla, Ricardo Sanches Oliveira.
O programa foi lançado em abril do ano passado. “Teve uma melhora considerável, porque alguns jovens foram convidados para participarem de oficinas em escolas públicas da região. Era a arte do grafite e não pichação. O projeto parou e ficou mais complicado. Ainda que seja feito o levantamento pela Guarda Municipal e rondas ostensivas pela Polícia Militar, continua bastante expressiva a onda de pichação”, afirma.
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