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Capital

Quando o vizinho não faz sua parte, o bairro todo tem medo da dengue

Nícholas Vasconcelos e Helton Verão | 08/01/2013 19:11
No Jardim Anache, mato lixo se espalha mesmo com aviso de proprietário. (Foto: Luciano Muta)
No Jardim Anache, mato lixo se espalha mesmo com aviso de proprietário. (Foto: Luciano Muta)

A cada dois anos Campo Grande vive uma epidemia de dengue. Este ano, já são 125 casos notificados a cada dia, na primeira semana de 2013. Segundo as autoridades em Saúde, umas das explicações é que a população não colabora com a eliminação dos focos do Aedes aegypti.

Em uma volta por dois bairros da cidade na tarde desta terça-feira (8) o que se vê é que enquanto alguns moradores mantêm tudo limpo dentro de casa, o vizinho se descuida e o medo aumenta.

No Jardim Anache, região Norte da Capital, a aposentada Maria Auxiliadora da Guia, 54 anos, disse que já chegou a brigar com os vizinhos para evitar que o terreno ao lado de casa se transforme em um lixão.

O local era uma casa, que foi demolida e que hoje é um terreno baldio. “Até a vizinha da frente não conversa comigo porque na última vez ela foi jogar lixo, pedi para que não jogasse e ela se ofendeu”, desabafou.

A aposentada, que tem dificuldades para andar por conta da artrose e artrite, disse que a casa vive cheia dos pernilongos e de caramujos. A solução que ela chegou adotar é queimar o lixo e avisar o proprietário do terreno, que se resumiu a pedir para que ela avisasse aos moradores que é proibido despejar restos ali.

Já no Centro, terreno fechado impede retirada de mato. (Foto: Luciano Muta)
Já no Centro, terreno fechado impede retirada de mato. (Foto: Luciano Muta)

“Se nós temos gente que fica até um ano sem limpar o quintal, vamos ter criadouros do mosquito”, comentou o secretário-adjunto de Saúde do Estado, Eugênio de Barros, em entrevista ao Campo Grande News.

Não é só na periferia da cidade da cidade que os caos de terrenos com focos do mosquito transmissor da dengue se espalham.

No Centro, os moradores de uma condomínio na rua Barão do Rio Branco sofrem com a presença dos pernilongos, ratos e outros animais indesejáveis. Eles saem de um terreno que é todo fechado para o acesso dos agentes de saúde, que se transformou em um criadouro para dengue.

Ratazanas, escorpiões e pernilongos são visitas comuns na de Bianca Ribeiro, 21 anos, que mora ao lado do terreno. Ela e a mãe moram há um ano no imóvel, ela conta que o cheiro de animais mortos também é muito forte. “Eu cheguei a adotar um gato para acabar com os gatos”, afirma.

Vizinha de Bianca, a aposentada Tânia Carvalho Álvares de Oliveira, 62 anos, toma todo cuidado em casa, mas se preocupa com o terreno. “Eu tenho muitas plantas e tenho todo cuidado”, comentou.

A reportagem conseguiu localizar o filho do proprietário do terreno, que não quis se identificar, que disse desconhecer a situação do imóvel. Ele prometeu resolver o problema do mato e da sujeira nos próximos dias.

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