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Capital

Reintegração de posse causa tumulto e tiros de borracha são disparados

Luciana Brazil e Graziela Rezende | 22/10/2013 13:15
A polícia disparou tiros de borracha, já que moradores resistiam a reintegração.
A polícia disparou tiros de borracha, já que moradores resistiam a reintegração.
Moradores retiram móveis e pertences da casa. (Fotos: Marcos Ermínio)
Moradores retiram móveis e pertences da casa. (Fotos: Marcos Ermínio)

Durante reintegração de posse no loteamento Nossa Senhora Aparecida, na região do Bairro Vila Nasser, em Campo Grande, por volta das 12 horas de hoje (22), houve tumulto, os moradores resistiram à ação e tiros de borracha foram disparados pela Policia Militar.

A reintegração é referente a apenas um terreno, dos 20 que foram ocupados há mais de um ano. No momento, moradores retiram pertences, móveis e materiais de construção usados para construir as residências.

Cada terreno tem cerca de 260 metros quadrados. Algumas casas já foram demolidas durante outras reintegrações de posse, e, hoje, restam apenas 13 famílias no local.

Segundo os moradores, se houver demolição da casa de Eli Bruno, que está há um ano e meio no loteamento, o grupo vai se enfraquecer, já que ele é tido como o líder da comunidade.

A advogada de Eli disse que vai ficar dentro da casa até a chegada de um representante da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). A manobra é para impedir ao máximo a demolição da residência.

A mulher que se diz dona da área, a procuradora da Família Janete Leite, explica que não tem a escritura dos terrenos, mas apenas as matrículas. “São documentos datados de 1954. Mas não tenho a escritura”, afirma.

Ela lembra que área, que totaliza mais de 100 lotes, era do pai dela, o coronel do Exército, Audi Coelho Leite. Em 1992, quando o coronel já havia falecido, o Exército entregou a área para sua mãe, Maria Polônia Vegine.

Desde então, o processo que corre em segredo de Justiça tem sofrido com atraso. “O atraso maior foi porque fomos enganados por dois advogados que, ao invés de cuidar da ação, estavam vendendo lotes e incitando a população a invadir o local”.

Um oficial de justiça que está no loteamento afirma que na última semana notificou 50 moradores sobre a reintegração de posse.

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