Reprovada em 5 de 10 quesitos, Campo Grande agora é "zona vermelha" para covid
Bandeira antecede a preta, de risco extremo, para qual a recomendação é fechamento total de atividades não essenciais
Campo Grande foi tingida de vermelho no mapa do Prosseguir (Programa de Saúde e Segurança na Economia) e entrou na zona de alto risco para a pandemia de novo coronavírus. A bandeira antecede a preta, de risco extremo, para a qual a recomendação é de fechamento total de atividades não essenciais.
Em escala de 0 a 100, formada a partir de indicadores de acompanhamento da situação da doença, a Capital bateu índice de 38,13 — a média do Estado é de 44,42. Dos dez indicadores calculados, Campo Grande só pontuou em metade.
Segundo dados da SES (Secretaria Estadual de Saúde), o município falha nos quesitos de rastreio de contatos de casos confirmados e na insuficiência de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) completos em estoque para as equipes de Saúde nos próximos 30 dias.
O monitoramento ainda aponta que Campo Grande não reduziu a mortalidade por SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) nos últimos 14 dias, tampouco controlou o número de casos confirmados ou suspeitos de covid-19 entre profissionais de Saúde nas duas últimas semanas.
A proximidade com municípios que também registram aumento significativo de casos de novo coronavírus nos 14 dias anteriores também advogam contra a Capital.
Com mais 233 casos confirmados nesta quinta-feira (9), Campo Grande chegou a 3.812, maior marca do Estado. A incidência é de 425 ocorrências da doença a cada 100 mil habitantes. A covid-19 já matou 28 pessoas na Capital.
A escalada rumo ao colapso no sistema de saúde também acende alerta. A taxa global de ocupação de leitos públicos está em 87% na macrorregião de Campo Grande, ou seja, praticamente 9 a cada 10 camas disponíveis são usadas. A SES confirma 78 pessoas internadas com covid-19 na região da Capital.
Endurecimento - As recomendações do Prosseguir para municípios na zona de alto risco são de realinhar o fluxo de regulação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e de transporte; expandir a capacidade de leitos para pacientes críticos; e reforçar barreiras sanitárias, a fim de reduzir a mobilidade da população.
No cruzamento dos indicadores em Saúde com as sugestões para as atividades econômicas do programa, Campo Grande deveria manter apenas serviços essenciais (como alimentação e postos de combustível) e de baixo risco de contágio em funcionamento.
Após apelos diários da SES, o município antecipou o início do toque de recolher para 20h, com confinamento domiciliar obrigatório até 5h. As atividades econômicas com atendimento ao público devem limitar capacidade a 40%. Segundo decreto, o endurecimento das medidas é válido até o dia 19 de julho.
Programa - Como um semáforo, o Prosseguir classifica os municípios de Mato Grosso do Sul em escala que vai de risco extremo a baixo risco para o novo coronavírus. A iniciativa do governo estadual define recomendações de endurecimento ou flexibilização das medidas de enfrentamento à pandemia de acordo com o diagnóstico de cada cidade.
O patamar vermelho fica uma casa acima do risco extremo, de cor preta. Nestes casos, apenas os serviços essenciais devem funcionar, segundo metodologia do Executivo estadual desenvolvida em parceria com a OPAS (Organização Panamericana de Saúde), braço continental da OMS (Organização Mundial de Saúde).
Cidades pintadas em laranja têm risco médio para a pandemia. Uma evolução leva ao patamar tolerável, de cor amarela. O ideal é atingir o risco baixo, ilustrado pela cor verde.
O programa é monitorado por um Comitê Gestor, formado colegiado de secretarias. O grupo se reúne uma vez por semana para análise e avaliação dos indicadores.