Réu por matar estudante asfixiada é condenado a 18 anos de prisão
Crime aconteceu em abril de 2020 e Lucas Pergentino Camara, 29 anos, foi julgado nesta terça-feira
Lucas Pergentino Camara, 29 anos, foi condenado a 18 anos e seis meses de prisão por assassinar a companheira, Maria Grazieli Elias de Souza. O corpo da vítima foi encontrado no dia 19 de abril de 2020, às margens da BR-262, em Campo Grande. O rosto estava desfigurado e o corpo tinha alguns ferimentos, mas o laudo apontou que ela foi morta asfixiada. O réu passou por julgamento nesta terça-feira (17).
No julgamento de hoje, Lucas novamente alegou que mentiu na DHPP (Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa). A versão, já dada pelo rapaz durante depoimento em dezembro de 2020, é de que ele confessou o crime após ter sido levado para “cativeiro”, onde foi torturado e ameaçado por policiais civis. No entanto, quando questionado pelo delegado Carlos Delano, na delegacia, ele negou ter sido agredido.
Questionado pelo juiz Carlos Alberto Garcete, o acusado respondeu não saber quem matou a jovem que tinha apenas 21 anos e que no dia em que ela desapareceu, o casal dormiu junto na casa dele. “Ela saiu 15h30 da minha casa e eu fui para a casa da mãe dela. Eu fui pra lá porque era o que eu sempre fazia”, disse durante o júri.
Ainda durante o júri, o promotor de justiça José Arturo Iunes Bobadilla Garcia relembrou que o exame de corpo de delito de Lucas não apontou nenhuma lesão. O acusado respondeu que a tortura havia sido “mais psicológica do que agressiva”.
O Conselho de Sentença acabou reconhecendo a materialidade e autoria e reconheceu a existência das qualificadoras. Com isso, Lucas foi condenado a 18 anos de prisão em regime fechado, sendo 12 pelo homicídio qualificado, com mais seis anos pela traição e violência doméstica, mas teve a pena reduzida em um ano pela confissão.
Além disso, Lucas foi condenado a 2 anos pela ocultação de cadáver, com mais dez dias-multa, mas teve a pena provisória foi mantida em 1 ano e seis meses. Sendo assim, a sentença final, assinada pelo presidente da 1ª Vara do Tribunal do Juri, foi fixada em 18 anos e seis meses de prisão em regime fechado.
Repúdio - Sobre a fala do réu de que sofreu tortura na delegacia, a Adepol (Associação dos Delegados de Polícia de Mato Grosso do Sul) encaminhou nota repudiando os ataques. "A Adepol manifesta publicamente seu apoio incondicional ao Delegado de Polícia Carlos Delano e de todos os demais Policiais Civis lotados na DHPP".
O Sinpol-MS (Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul) também emitiu nota de repúdio às acusações de tortura. No documento, a instituição reforçou ainda o apoio aos trabalhos conduzidos pela DHPP e destacou que Mato Grosso do Sul é o segundo estado do Brasil em índice de resolução de inquéritos policiais.
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