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Capital

Depois de confessar que matou Grazi, réu nega crime: “Inventei na minha cabeça”

O resultado do julgamento, que começou por volta das 8h30, será divulgado no período da tarde

Por Viviane Oliveira e Bruna Marques | 17/10/2023 10:08
Lucas respondenado aos questionamentos do juiz e do Ministério Público (Foto: Henrique Kawaminami)
Lucas respondenado aos questionamentos do juiz e do Ministério Público (Foto: Henrique Kawaminami)

Depois de confessar que matou a companheira, Maria Grazieli Elias de Souza, asfixiada, Lucas Pergentino Camara, de 29 anos, alegou durante julgamento, na manhã desta terça-feira (17), que mentiu na DHPP (Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa), após ter sido levado para “cativeiro”, onde foi torturado e ameaçado por policiais civis.

Indagado pelo juiz Carlos Alberto Garcete se matou Graziele, Lucas respondeu que não, afirmando não saber quem matou. O rapaz relatou que no dia do desaparecimento da jovem, os dois dormiram juntos na casa dele. Havia três dias que tinham reatado o relacionamento. “Ela saiu 15h30 da minha casa e eu fui para a casa da mãe dela. Eu fui pra lá porque era o que eu sempre fazia”.

Sobre ter mudado a versão para o crime, Lucas disse que confessou porque foi torturado por policiais. “Fui sequestrado, levado para um cativeiro e fui forçado a falar tudo”. Na época em que prestou depoimento na delegacia, o rapaz chegou a ser questionado pelo delegado Carlos Delano se havia sofrido tortura e respondeu que não.

Lucas sentando no banco dos réus (Foto: Henrique Kawaminami)
Lucas sentando no banco dos réus (Foto: Henrique Kawaminami)

O promotor de justiça José Arturo Iunes Bobadilla Garcia então relembra que o exame de corpo de delito não apontou nenhuma lesão e pergunta: Por que esse laudo deu negativo? Lucas responde: “Não sei, foi muito mais psicológico do que agressivo”.

O Ministério Público o questionou ainda que no dia da reconstituição do crime, o policial que figurava a vítima (Graziele) estava com os braços abertos e Lucas o corrigiu dizendo que Graziele não estava daquele jeito, mas com os braços para dentro, ou seja, indicando a forma como havia deixado a companheira morta. "Como você justifica isso?", perguntou o promotor, “Inventei na minha cabeça”, disse.

Outro questionamento feito pelo promotor foi de que no dia 18 de abril, o GPS do celular do réu mostrou que ele esteve na Avenida Gunter Hans e, na sequência, seguiu para o macroanel da BR-262, onde a vítima foi desovada. “Eu vou por ali para ir à casa do meu avô, ele mora no Indubrasil”, respondeu o réu. Outro fato relembrado pelo Ministério Público é que no início do relacionamento a vítima registrou boletim de ocorrência contra ele por agressão.

Sobre a fala do réu de que sofreu tortura na delegacia, a Adepol (Associação dos Delegados de Polícia de Mato Grosso do Sul) encaminhou nota repudiando os ataques. "A Adepol manifesta publicamente seu apoio incondicional ao Delegado de Polícia Carlos Delano e de todos os demais Policiais Civis lotados na DHPP". O resultado do julgamento será divulgado no período da tarde.

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