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Capital

Réu por matar homem dentro de ônibus é condenado a 17 anos de prisão

Paulo de Oliveira Andrade disse ter sido contratado por desconhecido para matar Márcio Pereira Valdez

Por Ana Paula Chuva | 22/09/2023 14:19
Paulo sentado no banco dos réus durante julgamento na 2ª Vara do Tribunal do Júri (Foto: Henrique Kawaminami)
Paulo sentado no banco dos réus durante julgamento na 2ª Vara do Tribunal do Júri (Foto: Henrique Kawaminami)

Réu por assassinar Márcio Pereira Valdez, dentro de um ônibus de viagem na Rua Carajás, região do Trevo Imbirussu, em Campo Grande, Paulo de Oliveira Andrade, 34 anos, foi condenado a 17 anos de prisão durante julgamento na 2ª Vara do Tribunal do Júri nesta sexta-feira (22). O crime aconteceu no dia 13 de dezembro do ano passado.

Conforme noticiado na época, Márcio estava com documento falso, por isso foi identificado inicialmente como sendo Alfredo Araújo. A vítima embarcou na rodoviária da Capital e foi executada a tiros quando o ônibus que seguia para Ponta Porã parou para pegar outros passageiros.

Paulo estava em um veículo preto com outra pessoa e já entrou no transporte coletivo armado. Ele estava foragido do sistema prisional e acabou sendo preso por dois policiais, um civil e um militar, que estavam no ônibus. Na ocasião, ele confessou o crime, disse que deu o primeiro tiro e travou.

Ele então decidiu fugir, tropeçou na escada do ônibus e fugiu. Em seguida, levantou e foi até o veículo Gol, onde estaria o mandante do crime, pegou outra arma e voltou para confirmar o homicídio, momento em que ele acabou abordado pelos policiais. O comparsa fugiu.

Naquele mesmo mês, Paulo foi denunciado pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) por homicídio qualificado por motivo torpe, mediante promessa de recompensa, emboscada e recurso que dificultou a defesa da vítima. Já que atirou de surpresa em Márcio. Ele alegou que receberia R$ 5 mil pelo crime.

Durante o julgamento nesta sexta, o advogado Marcos Ivan Silva, que atuou na defesa do réu, defendeu a tese de absolvição genérica, a exclusão das qualificadoras e o reconhecimento de que o tiro foi acidental, ou seja, que o réu não tinha intenção de matar a vítima. O Conselho de Sentença afastou apenas a qualificadora de motivo torpe.

Movimentação no local onde Márcio foi executado dentro de ônibus (Foto: Henrique Kawaminami | Arquivo)
Movimentação no local onde Márcio foi executado dentro de ônibus (Foto: Henrique Kawaminami | Arquivo)

Com isso, Paulo acabou condenado a 17 anos de prisão em regime fechado. A sentença é assinada pelo juiz Aluizio Pereira dos Santos, que determinou ainda que o revólver usado no crime e todos os objetos que foram apreendidos com o réu sejam encaminhados para destruição, caso não tenham sido reclamados por alguém.

Paulo já tem passagens por tráfico de drogas, porte ilegal de arma, homicídio simples, homicídio na forma tentada e ameaça. Não há informações de quem seria o suposto mandante da execução de Márcio.

Vítima – Márcio acabou sendo identificado após uma breve investigação dos policiais. O celular que estava com ele foi desbloqueado e isso revelou o seu verdadeiro nome. Em abril daquele ano, ele chegou a ser preso por envolvimento em um ataque ao suposto narcotraficante Ederson Salinas Benitez, conhecido como Ryguazu, no Paraguai.

Em março do ano passado, a casa de Salinas, em Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia separada por uma rua de Ponta Porã, a 313 km de Campo Grande, foi alvo de diversos disparos de fuzil. Márcio foi pego um mês depois com com uma pistola Glock com carregador alongado, celular e eletrônicos em uma casa na região do Bairro Defensores del Chaco, na Vila Santa Tereza, após ser apontado como um dos atiradores do ataque.

Sala da mansão de “Ryguazu” coberta de vidro destruído por tiros. (Foto: Direto das Ruas)
Sala da mansão de “Ryguazu” coberta de vidro destruído por tiros. (Foto: Direto das Ruas)

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