Revolta e tristeza em protesto de amigos do empresário morto por PRF
O sétimo dia do assassinato do empresário Adriano Correia do Nascimento, 32 anos, foi marcado por revolta, tristeza e oração.
Ele foi morto a tiros na manhã do dia 31 de dezembro pelo policial rodoviário federal Ricardo Hyun Su Moon, 47 anos, após briga de trânsito. Hoje, na praça Ary Coelho, em Campo Grande, amigos, funcionários e familiares de Adriano fizeram protesto para pedir Justiça.
Primeiro, o grupo de 150 pessoas se reuniu em circulo e orou o Pai Nosso. Na ocasião, familiares lamentaram o desfecho trágico da história de Adriano, que começou a trabalhar aos 9 anos. Em seguida, eles caminharam até a avenida Ernesto Geisel, local do crime.
“Espero que não haja outra brecha dessa em relação ao policial que foi solto e que a Justiça seja feita. Espero que ele permaneça preso”, diz, entristecido, Paulo Dias do Nascimento, 48 anos, irmão da vítima.
A tristeza e revolta permeiam a fala da empresária Ana Cláudia Pache Fernandes, amiga de Adriano. Ela conta que o conheceu há 13 anos, quando o empresário o abriu o primeiro restaurante de sushi. “Eu perdi meu pai faz um ano e não sinto o que eu sinto hoje, essa injustiça. Ele era um grande homem, elevou o nível social de toda família, deu emprego para muita gente”, conta.
O caso - O policial conduzia uma Mitsubishi Pajero e efetuou disparos contra uma Hilux. O condutor da caminhonete foi atingido, perdeu o controle da direção e o veículo atingiu um poste de iluminação pública.
Duas pessoas que estavam na caminhonete com Adriano ficaram feridas e foram socorridas. Segundo relato de uma mulher que chegou ao local logo após os disparos e acidente, o policial desceu com a arma em punho e discutiu com o rapaz baleado.
Ricardo foi preso no dia 31 e, 24 horas depois, foi solto. Contudo, voltou para a prisão no dia 5 de janeiro após pedido do MPE (Ministério Publico Estadual). A ordem para prender foi dada pelo mesmo juiz que tinha determinado a soltura do policial. O crime, no último dia de 2016, chocou a cidade e protagonizou polêmica entre OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil) e Poder Judiciário.