Roubo a famílias chinesas pode chegar a R$ 44 mil e envolve clandestinidade
Os casos envolvendo empresários orientais na Capital são recorrentes, apontou a administração do condomínio Galeria Dona Neta, na Avenida Afonso Pena, onde sábado (9) um grupo invadiu para assaltar chineses residentes no local. O problema é que as famílias estrangeiras, muitas vezes, são clandestinas e preferem “abafar o caso”, não registrando a ocorrência.
No sábado, uma família de chineses, residente no condomínio Galeria Dona Neta, foi vítima de assalto, perdendo R$ 10 mil, que estavam guardados dentro do apartamento. O Campo Grande News procurou as vítimas, porém eles não quiseram comentar o caso, relatando que preferiram não registrar boletim de ocorrência e que tomarão as medidas cabíveis.
A assessoria de imprensa da Polícia Civil confirmou que o registro não foi feito, porém um caso parecido foi encontrado. Uma chinesa de 44 anos e o filho, 15, moram no mesmo condomínio e relataram à polícia que foram furtados. Foram levados do apartamento R$ 28 mil em dinheiro, além de um talão de cheque, da mulher, e R$ 6 mil do adolescente.
Eles contaram que a porta do local foi arrombada e a casa estava revirada. Segundo o relato, outros apartamentos foram invadidos.
Os moradores da região, com medo, também não quiseram comentar o caso, mas a administração do condomínio apontou que a maioria dos chineses residentes em Campo Grande são clandestinos. Eles guardam o dinheiro adquirido no comércio dentro dos apartamentos, sonegando impostos. “Quem tem que fazer algo é a Polícia Federal”, comentou a responsável, que não quis ser identificada.
Dos 104 apartamentos do prédio, somente três estão alugados para família chinesas. Ela assegurou que os casos de assaltos são constantes na região, sendo que há dois anos ocorreu um caso parecido no condomínio. “O problema é que eles não registram a ocorrência, porque são clandestinos”, relatou.
Os seis bandidos, conforme informações repassadas por testemunhas, não entraram em outros apartamentos, somente no dos chineses. “Eles foram direto”, confirmou a responsável pela administração do prédio.
No dia 15 de outubro do ano passado, dois homens foram presos pela Derf (Delegacia de Repressão a Roubos e Furtos) acusados de roubar R$ 108 mil de uma família chinesa, residente em um apartamento, na Rua Barão do Rio Branco, Centro da Capital.
O delegado Luiz Alberto Ojeda, delegado da Derf, apontou, em entrevista em outubro do ano passado, que o roubo a chineses é comum em São Paulo, "mas como o 'mercado' por lá ficou muito saturado, eles partiram para outras cidades em Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia e Mato Grosso do Sul", explicou.
A responsável pela administração assegurou que estão sendo prestados todo apoio à Polícia Civil, para esclarecer o caso. As imagens das câmeras de segurança foram encaminhados para a Derf. Ela ainda disse que a segurança do prédio será reforçada, mesmo afirmando que o prédio é seguro.