Seis guardas municipais são demitidos depois de “problemas disciplinares”
Demissões são resultado de processos “menos graves”, mas ocorrem em meio ao caso de guardas suspeitos de integrarem milícia
A Prefeitura divulgou, no Diário Oficial desta quinta-feira (1), a demissão, assinada pelo prefeito Marquinhos Trad (PSD), de seis guardas municipais. Segundo o secretário municipal de segurança pública, Valério Azambuja - que comentou o assunto durante solenidade da corporação na quarta-feira (31) -, os profissionais foram exonerados por “problemas disciplinares”.
A corporação passa por mudanças, que envolvem, principalmente, o aumento da presença de armas entre os guardas. Na manhã de quarta-feira 97 profissionais receberam identidade funcional e armamento de calibre 38, o que implica, a partir de agora, que mais da metade do efetivo passa a atuar armado: 63%.
A secretaria de segurança pública de Campo Grande espera que 85% do efetivo esteja armado até o mês de setembro. Para que isso ocorra, recebem uma formação, que inclui disciplinas teóricas e aulas de tiro com instrutores. O afastamento dos profissionais também ocorre em meio à investigação que aponta envolvimento de guardas com milícia e apreensão de arsenal.
Os seis profissionais, ainda assim, deixam a corporação por “processos de menor gravidade”, conforme o secretário. “São outros processos de menor gravidade que a Corregedoria está finalizando. Esses casos estão no gabinete do prefeito para assinar o decreto de exoneração nos próximos dias serão exonerados”, comentou Valério, na quarta-feira.
Investigação – Dois dos guardas municipais investigados voltaram à prisão na quarta-feira, após decisão do TJ-MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul). Rafael Antunes Vieira e Robert Vitor Kopetski, além do segurança Flávio Narciso Morais da Silva, são acusados de ameaçar testemunha-chave no inquérito que investiga a origem do arsenal apreendido no dia com Marcelo Rios, que também é guarda municipal.
O arsenal “de guerra” foi apreendido com Marcelo em uma residência do Bairro Monte Líbano no dia 19 de maio. A vítima das ameaças, mulher de Marcelo, passou a ser vigiada pelo trio, segundo as autoridades.
Curso preparatório- Os 97 profissionais que receberam a autorização para trabalharem armados participaram de 137 horas de aulas teóricas e 60 horas de aulas práticas de tiro que começaram a ser aplicadas em junho deste ano. O conteúdo do curso teórico contempla as disciplinas de Ética Cidadania e Direitos Humanos, Uso Diferenciado da Força, Técnicas e Procedimentos de Patrulhamento, Defesa Pessoal e Noções Básicas de Primeiros Socorros.
Para participar da seleção, o candidato deve ocupar um cargo na Guarda Civil Municipal da Capital há, pelo menos, três anos, além de ter ensino médio completo (ou superior devidamente registrado). O servidor também não pode ter sido condenado por um crime, nem mesmo ter seu nome listado em certidão criminal positiva.