Sem acordo, negociação continua semana que vem entre prefeitura e professores
Município afirma não ter condições de assumir o compromisso de reajustar os vencimentos em 33,24% em 2022
Professores e o prefeito de Campo Grande, Marcos Trad (PSD) terão novo encontro para tratar do reajuste salarial da categoria com base no piso nacional na semana que vem, quarta-feira, para tentarem chegar a um consenso.
A categoria não aceita escalonamento do reajuste e a prefeitura afirma não ter condições de assumir o compromisso de reajustar os vencimentos em 33,24%, conforme previu o Governo Federal.
Conforme contabilizado pela administração municipal, o Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação), repassado pela União aos estados e municípios, repassou R$ 668 milhões a Campo Grande no ano de 2021, enquanto a folha salarial dos professores foi de R$ 931 milhões nos 12 meses.
Isso significa que o município teve que compor os pagamentos em R$ 263 milhões no ano passado. Conforme Trad, falar que o Fundeb cobre o pagamento salarial da categoria é incorreto.
Marquinhos ainda argumento que tende a crer que a manifestação dos professores esteja politizada, principalmente por que não acatando a proposta municipal de escalonamento, a categoria teria aumento de até 70%, muito superior a outras classes de trabalhadores.
“O que eles querem? Os 33,24% este ano e os demais 36,29% escalonados até 2024, fora a inflação”, comentou o prefeito, ressaltando que na tarde de hoje, o município fez nova proposta, também de escalonamento, mas com novos índices: 10,06% da inflação de forma imediata e mais 12,5% nos meses de maio e outubro do ano que vem, mais a inflação registrada até a data-base, que é maio.
“Oferecemos 25% no ano que vem, mais a inflação, mas eles não querem”, lamentou o prefeito, ressaltando ainda que a maioria das prefeituras no Brasil não conseguiram nem sequer cobrir aumento da inflação registrada, de 10,06%. “Apenas cinco em todo País conseguiram”.
Marquinhos lembrou ainda que não haveria nenhum problema se o Governo Federal não houvesse decretado um piso nacional que onera as prefeituras e que está sendo impossível de ser cumprido por elas. “Temos que cumprir a lei? Temos. Mas tem outra lei que precisamos cumprir, que é a de responsabilidade fiscal. E nessa, eu posso incorrer em improbidade administrativa”, ressaltou.
Após nova reunião na quarta-feira, os professores se reúnem em assembleia na sexta-feira para definir se acatam ou não a proposta. Há ameaça de paralisação para 4 de março e ainda, indicativo de greve caso a petição da categoria não seja acatada.