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Capital

Sem antecedentes, suspeito de matar Kauan figurou em lista de jurados

Apesar da convocação, o professor não foi um dos sete jurados sorteados para julgamento de réu por tentativa de homicídio qualificado

Luana Rodrigues | 01/08/2017 15:15
Suspeito deixa delegacia em viatura da PM (Foto: Adriano Fernandes)
Suspeito deixa delegacia em viatura da PM (Foto: Adriano Fernandes)

Suspeito pelo desaparecimento do menino Kauan Andrade Soares dos Santos, 9 anos, além de estupros e homicídio, o professor Deivid de Almeida Lopes, 38 anos, já havia sido selecionado para ser jurado no julgamento de um homem acusado de tentativa de homicídio qualificado, em Campo Grande. A convocação do suspeito para o júri foi em janeiro deste ano, mas ele não chegou a participar do julgamento, realizado em fevereiro.

De acordo com o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, Deivid foi um dos 25 selecionados para julgar um homem de 35 anos, acusado de tentar matar a esposa no ano de 2014. Na época ela tinha 23 anos, e teria sido agredida a pauladas.

Apesar da convocação, o professor não foi um dos sete jurados sorteados para analisar o processo e acabou dispensado no dia do júri, 13 de fevereiro. O homem foi absolvido das acusações.

Conforme o TJ, podem atuar como jurados voluntários cidadão maiores de 18 anos, sem antecedentes criminais e que não tem ligações familiares com presos – principalmente acusados por homicídios. Estas informações devem ser prestadas na ficha de inscrição, feita no cartório das Varas do Tribunal do Júri, no Fórum.

As informações são investigadas e os voluntários selecionados por uma equipe do Tribunal de Justiça. “Além de representar o desempenho da cidadania, o exercício efetivo da função de jurado constituirá serviço público relevante, estabelecerá presunção de idoneidade moral e assegurará prisão especial, em caso de crime comum, até o julgamento definitivo”, informa o TJ em sua página na internet.

O programa Jurado Voluntário foi instituído em Campo Grande no ano de 2006, segundo TJ, "para possibilitar um incremento qualitativo na aplicação da justiça". Desde então, pessoas dos mais variados segmentos sociais se inscrevem para desempenhar a função.

Já participaram aposentados, empresários, funcionários públicos, autônomos, entre outros.

Caso Kauan - Na tarde de sexta-feira (28), o delegado titular da Depca (Delegacia de Proteção à Criança e Adolescente), Paulo Sérgio Lauretto, confirmou que subiu para nove o número de acusações de estupro de vulneráveis contra Deivid Almeida Lopes, suspeito de estuprar e matar o menino Kauan.

O delegado evitou responder perguntas da imprensa, não comentando detalhes sobre as investigações e se as buscas pelo corpo de Kauan serão retomadas.

"Não podemos adiantar nada porque no momento em que adiantamos o que já temos, isso atrapalha os nossos próximos passos e não é isso que queremos. Queremos progredir passo a passo. É um caso dificultoso em que as pessoas tem medo até de colaborarem. Mas, mais do que ninguém, queremos esclarecer o ocorrido para informar primeiramente a família", pontuou Lauretto.

Deivid chegou a Depca por volta das 15h48 acompanhado por investigadores e pela delegada Marília de Brito Martins. O suspeito ficou cerca de uma hora e deixou o local em uma viatura da Polícia Militar para retornar ao Instituto Penal de Campo Grande, no Jardim Noroeste.

No início desta semana, Deivid foi indiciado por seis estupros e por possuir materiais pornográficos envolvendo crianças ou adolescentes. Na residência do suspeito, foram encontrados vários filmes pornográficos e dois filmes do próprio homem tendo relações sexuais.

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