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Capital

Sem contrato com prefeitura, Santa Casa só aguenta mais 30 dias

Aline dos Santos | 07/04/2015 10:43
Santa Casa teve plus de R$ 3 milhões, mas contrato era de apenas três meses. (Foto: Arquivo)
Santa Casa teve plus de R$ 3 milhões, mas contrato era de apenas três meses. (Foto: Arquivo)

Sem a renovação de contrato com a prefeitura de Campo Grande para repasse mensal de R$ 4,2 milhões, a Santa Casa, maior hospital do Estado, terá sobrevida de 30 dias. “Está funcionando normalmente hoje, funciona enquanto o hospital conseguir caminhar”, afirma o diretor-presidente da ABCG (Associação Beneficente de Campo Grande), Wilson Teslenco. Ele dimensiona em 30 dias o prazo para que os usuários do SUS (Sistema Único de Saúde) percebam os impactos de um eventual fim de contrato. O prazo de renovação vence nesta terça-feira.

Segundo Teslenco, não há reunião agendada com o Poder Executivo. Ontem, a direção do hospital repassou a situação ao MPE (Ministério Público do Estado). “Informamos porque há uma preocupação com o desdobramento disso. Havia expectativa de ser resolvido”, diz. A expectativa é que o tema seja tratado em reunião hoje entre Ministério Público e SES (Secretaria Estadual de Saúde).

Em dezembro do ano passado, um aditivo ampliou o repasse em R$ 3 milhões. A quantia inicial era de R$ 1,2 milhão e com o reforço emergencial chegou a R$ 4,2 milhões por mês. O adicional foi para fazer frente a um déficit nas contas do hospital, corrigindo defasagem de três anos. Contudo, o aditivo teria vigência apenas por janeiro, fevereiro e março.

“A prefeitura entendia que haveria outra situação financeira com a vinda do novo governador. Mas o tempo passou, os quatro meses foram”, salienta. Teslenco não informa o quanto foi pedido ao governo do Estado, pois a Santa Casa negocia somente com a prefeitura, que, por sua vez, dialoga com a administração estadual.

No fim de 2014, foi divulgado que a majoração no contrato teria como contrapartida aumento de 100 leitos. Segundo Teslenco, esse ponto não figurou no contrato. Em janeiro foi apresentada à prefeitura estudo para ampliação de 50 leitos, mas com incremento nos custos.

Conforme a direção, seria inviável negociar contrato com repasse mensal abaixo dos R$ 4,2 milhões. “Não tem como fechar contrato sem recurso para fazer, seria uma irresponsabilidade por parte do hospital”, afirma o diretor.

Expectativa – De acordo com o secretário adjunto de Saúde, Gilmar Trevisan, haverá reunião com o prefeito Gilmar Olarte (PP) na manhã de hoje. A assessoria de imprensa da prefeitura informa que um posicionamento deve ser anunciado no começo da tarde.

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