Sem dar conta de tanto buraco, Prefeitura recorre à 'bica corrida'
Sem dar conta do serviço de tapar as imperfeições e tentando reduzir o número de buracos abertos em ruas de Campo Grande, equipes da Prefeitura têm feito o reparo em crateras usando apenas a chamada "bica corrida", mistura de pó de pedra com brita, o que origina material semelhante a areia.
O procedimento chamou a atenção de moradores da Vila Alba, que na noite de quarta-feira (27) enviaram fotos para o Campo Grande News questionando a eficácia da técnica. Segundo relatos de quem mora na Rua Silveira Martins, a equipe executou esse tipo de serviço por volta das 21 horas. Na manhã desta quinta-feira (28), a reportagem constatou que a mistura já está saindo de um dos maiores buracos da via, devido ao fluxo intenso.
“Aqui passa muito carro indo para o aeroporto, por isso não vai resolver nada essa cobertura”, reclama a dona de casa Marlene Dihl Barbosa. Ela ressalta que no buraco que causava mais transtornos, devido ao tamanho, havia água acumulada da chuva que caiu no início da semana e, apesar de terem retirado o excesso, o local ainda necessitava de drenagem.
“Até o fim do dia já vai ter saído toda essa cobertura. Se tivessem drenado o reparo, ia durar até a conclusão do trabalho”, acredita.
Também moradora da rua, a aposentada Francisca Justina Teixeira lembra dos vários acidentes ocasionados devido às crateras espalhadas pela via. “Em um dia, três carros caíram nesse buraco e cinco pneus foram estourados”, conta.
A amiga Marlene também ressalta que, devido à profundidade do buraco, todos os acidentes foram graves, tanto que ela chegou a sinalizar o local com um pedaço de madeira e saco plástico. Não foi suficiente para evitar que uma motociclista fosse parar quase embaixo de um veículo ao cair na cratera.
“Fiquei contente quando vi a equipe aqui, mas agora, se eles demorarem para jogar a massa asfáltica, os acidentes devem voltar a acontecer”, afirma.
Segundo a assessoria de imprensa da Prefeitura, na tentativa de amenizar a quantidade de buracos espalhados nas regiões mais críticas, as equipes que atuam na operação tapa-buracos têm aplicado a bica corrida dias antes das equipes que despejam a massa asfáltica chegar ao bairro.
O problema é que em alguns casos, as equipes responsáveis pela aplicação da massa demoram pelo menos uma semana, isso quando não chove, para concluir o serviço, o que pode fazer com que os buracos sejam abertos novamente. A assessoria explica que, quando isso ocorre, os operários repõem o material para colocar a última camada, que é a massa asfáltica.
Ainda de acordo com a prefeitura, na Avenida Euler de Azevedo, esquina com a Presidente Vargas, as equipes também anteciparam a cobertura dos buracos com a mistura semelhante a areia para amenizar o problema, já que devido ao pouco número de funcionários nas equipes da operação tapa-buracos, o processo tem sido realizado de forma lenta.