Sem salário, equipe paralisa construção do setor de radioterapia no HR
Obra foi retomada há oito meses; empresa alega que falta de material afetou questão financeira
Com salário atrasado, funcionários da empresa terceirizada Emibm Engenharia, paralisaram a construção do setor de radioterapia no HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul) na manhã desta terça-feira (9). A obra foi retomada há oito meses após anos de trâmites entre o Ministério da Saúde e o Estado. Apenas na parte de infraestrutura o montante investido foi de R $9,9 milhões.
Com medo de retaliações, eles preferiram manter o anonimato, mas se reuniram em frente ao hospital para chamar atenção da empresa. O carpinteiro de 54 anos, explica que o depósito dos salários deveria ter acontecido na última sexta-feira (5) e que as contas não esperam. Além do atraso, ele denuncia situações precárias de trabalho.
“Nós temos uniformes velhos, rasgados, botinas velhas também.O nosso banheiro é sujo, o alojamento. Então não é só sobre o pagamento. Nós precisamos de um respaldo. Tem a EPI (Equipamento de Proteção Individual), tem cinto de segurança, tem uma segurança para o nosso trabalho e parece que aqui as pessoas não entendem isso. Acreditam que amarrar uma cordinha ali está ótimo, não é bem assim que a coisa funciona”.
O Pedreiro, que também não quis ser identificado, de 49 anos, comenta que ao todo são 20 funcionários sem salário. “Estou trabalhando há oito meses. Essa obra estava parada há dez anos, e agora que começou já está com problema. Estamos parados porque não temos retorno nenhum da empresa. Nossas contas não esperam. Temos aluguel, comida, farmácia para pagar. Temos família para sustentar”.
Segundo ele, os engenheiros falaram que a empresa não recebeu o repasse do Ministério da Saúde. A terceirizada responsável pela obra admitiu que o salário dos trabalhadores está atrasado e justificou a situação pela falta de materiais vindos do sul do país.
"A gente atende em vários estados do país. Então, nós temos obras no sul, no centro-oeste e no sudeste. A gente tem uma grande leva de fornecedores que são do sul do país. Então, a gente compra o material deles pra investir nas nossas obras. Devido à catástrofe do Sul, esses materiais não foram entregues. E a gente não conseguiu colocar alguns materiais em algumas obras para que a gente recebesse a medição dessas obras. Isso causou um atraso no nosso sumo financeiro".
Segundo a Emibm Engenharia, o pagamento é feito após medição e compra dos materiais necessários. Eles pontuam que 40% das compras são feitas no sul.
"Para nós a questão dos nossos colaboradores, dos terceirizados, dos parceiros, isso é prioridade aqui. Eles vão ser pagos, os tickets já foi depositado na data correta, então realmente esse esforço é grande para que a gente consiga sanar isso o mais rápido possível".
A empresa completa que fará o pagamento até esta quarta-feira(10). O Hospital Regional alegou que a obra não é de responsabilidade da instituição, portanto, cabe ao Ministério o encargo sobre o pagamento.
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