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Cidades

Ex-diretor do HR denunciado por desvio de R$ 15 milhões é preso em SC

Ordem de prisão foi dada porque Rehder dos Santos Batista "desapareceu" após denúncias

Por Anahi Zurutuza | 12/06/2024 17:46
Rehder dos Santos Batista, ex-diretor do HRMS que foi alvo da Operação Parasita (Foto: HRMS/Divulgação)
Rehder dos Santos Batista, ex-diretor do HRMS que foi alvo da Operação Parasita (Foto: HRMS/Divulgação)

O ex-diretor do HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul) que “desapareceu” após ser denunciado por desvio de R$ 15,7 milhões foi preso em Santa Catarina. Conforme apurado pela reportagem, Rehder dos Santos Batista, 41 anos, estava vivendo em Itajaí, cidade distante 94 km da capital catarinense, Florianópolis, e já está no presídio local.

O TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) decretou a prisão preventiva de ex-diretor administrativo e financeiro do Hospital Regional Rosa Pedrossian, em Campo Grande, porque ele não era localizado para dar andamento às ações que responde na Justiça e nem por equipe de sindicância do Governo de Mato Grosso do Sul.

A prisão preventiva foi decretada pela 3ª Câmara do Tribunal de Justiça, que seguiu o voto do relator, o desembargador Luiz Cláudio Bonassini da Silva. Foi destacado a gravidade do caso, que envolve corrupção ativa e passiva, emissão de nota fiscal falsa, peculato, lavagem de dinheiro e participação em associação criminosa, com a finalidade de cometer crimes contra a administração pública que acarretaram grave dano ao erário.

A ordem de prisão foi expedida no dia 4 de junho e até a manhã desta quarta-feira (12) ainda aparecia como disponível no BNMP (Banco Nacional de Monitoramento de Prisões), sistema do CNJ (Conselho Nacional de Justiça). O documento tem validade até 7 de maio de 2040.

No fim da tarde de hoje, a consulta pelo nome do até então procurado pela Justiça já retornava mensagem dizendo que “não foram encontrados mandados de prisão ou de internação pendentes de cumprimento”.

O esquema – O servidor também atuou como coordenador de logística e suprimentos no HR. Na denúncia de improbidade administrativa, ele foi acusado por fraudar notas fiscais. Conforme a ação, no período de três anos, entre 1º de setembro de 2016 a 31 de outubro de 2019, a Cirumed Comércio Ltda, com aval de Rehder, “emitiu 45 notas fiscais simuladas, inserindo declarações inverídicas, aduzindo falsamente a venda de produtos hospitalares ao hospital".

O esquema funcionava com pedido de medicamentos ou insumos feitos junto à empresa que prestava serviço ao hospital. Registrava-se isso no sistema interno, de forma virtual, mas os produtos nunca chegavam. Posteriormente, era dado baixa a esses itens, como se tivessem sido entregues ou emprestados de volta à Cirumed e, então, emitia-se nota fiscal, o que garantia o pagamento ao fornecedor.

No sistema do TJMS, a reportagem verificou que Rehder dos Santos Batista é réu em duas ações de improbidade, que totalizam R$ 15,7 milhões. Uma com valor de R$ 12.014.362,10 e a segunda de R$ 3.690.142,80. Ele foi alvo da Operação Parasita, realizada em 7 de dezembro de 2022 pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) e Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção).

O Campo Grande News chegou a conseguir contato com advogado que representa Rehder em uma das ações, mas a ligação caiu antes que ele se manifestasse e depois, não atendeu mais. Mensagem foi encaminhada pedindo posicionamento e o espaço segue aberto.

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