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Capital

Sem vagas em hospitais, UPAs lotam e pacientes amargam espera de horas

Pessoas em estado grave precisam de CTI e as que procuram socorro para outros problemas não conseguem atendimento

Anahi Zurutuza e Amanda Bogo | 02/07/2016 18:13
Na recepção da UPA Leblon, pacientes esperavam até cinco horas por atendimento (Foto: Alcides Neto)
Na recepção da UPA Leblon, pacientes esperavam até cinco horas por atendimento (Foto: Alcides Neto)

Mais uma vez a falta de vagas em hospitais de Campo Grande, principalmente de leitos de UTI (Unidade de Tratamento Intensivo), estourou nas Unidades de Pronto Atendimento da Capital. Na tarde deste sábado (2), a ala vermelha de ao menos três unidades estavam lotadas e em uma delas pacientes chegaram a esperar cinco horas por atendimento.

No meio da tarde, médicos das UPAs do Jardim Leblon – no sudoeste da cidade – e das Moreninhas – na região sul – chegaram a pedir para que o Corpo de Bombeiros e o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) parassem de enviar pacientes para as unidades porque leitos estavam todos ocupados e as equipes sobrecarregadas.

Na UPA Leblon, os dois respiradores estavam ocupados por pacientes que aguardavam vagas em UTIs (Unidades de Tratamento Intensivo) e por isso a unidade não tinha condições de receber pessoas com problemas respiratórios graves.

Camile Mendes Godoi, 12, está internada na unidade desde o início da tarde de sexta-feira (1). A família conta que os médicos suspeitam que ela esteja com gripe A (H1N1), mas não é possível transferi-la para uma unidade com mais recursos médicos, pois não há vagas nos hospitais de Campo Grande.

A denúncia foi feita ao Campo Grande News pelo irmão da menina, Bruno Hallysson de Moraes Godoi, pela manhã e até o fim da tarde de hoje, ela não havia sido transferida para um hospital.

A outra paciente tem a gripe H1N1 e está sendo tratada na UPA com medicação e oxigenação enquanto não é levada para uma UTI.

‘Uma calamidade’ – A ala vermelha da UPA Coronel Antonino também está lotada nesta tarde. Por conta disso, médicos tiveram de se concentrar no atendimento dos pacientes mais graves e, por algumas horas, apenas um clínico recebia as pessoas que chegavam pela recepção, conforme informaram funcionários aos usuários.

Pela terceira vez na unidade nesta semana, a vendedora Renata dos Santos Oliveira, 34, precisava apenas entregar exames de sangue para que um médico analisasse e desse o diagnóstico para as tonturas que vem sentindo desde quinta-feira (29). Mas, teve de amargar uma longa espera, até desistir de passar pela consulta. “Está uma calamidade! Cheguei meio-dia e até agora [às 17h] eu não fui atendida. Vou embora”.

Providências – A Prefeitura de Campo Grande confirmou algumas das situações, por meio da assessoria de imprensa. Segundo a nota, “a solicitação aos bombeiros e Samu para que não enviassem pacientes é um procedimento padrão nas unidades de saúde”.

A comunicação informou ainda que a equipe móvel da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública) foi acionada para reforçar o efetivo das UPAs Coronel Antonino, Universitário, Leblon, Aero Rancho e Tiradentes.

O motivo da sobrecarga nos postos de saúde 24 horas é realmente a falta de vagas em hospitais. 

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