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Capital

Sindicato denuncia torre desativada em presídio que tem “herdeiro de Escobar”

As penitenciárias Gameleira I e II ficam localizadas na saída para Sidrolândia

Aline dos Santos | 31/03/2023 13:00
Penitenciária Gameleira II, conhecida como Federalzinha, em Campo Grande. (Foto: Paulo Francis)
Penitenciária Gameleira II, conhecida como Federalzinha, em Campo Grande. (Foto: Paulo Francis)

As quatro torres dos presídios de regime fechado da Gameleira, em Campo Grande, ficaram desativadas madrugada de quarta-feira (dia 29) por falta de policiais penais. A situação é denunciada pelo Sinsap/MS (Sindicato dos Servidores da Administração Penitenciária de Mato Grosso do Sul).

Na Gameleira I, localizado na MS-455, na saída para Sidrolândia, fica preso de alta periculosidade, como o boliviano Jesus Einar Lima Lobo Dorado, conhecido como “herdeiro de Pablo Escobar”. “Figurão” do tráfico, ele é apontado como sucessor do colombiano Célimo Andrade, parente de Pablo Escobar, segundo a Felcn (Força Especial de Combate ao Tráfico de Drogas) da Bolívia. A penitenciária é conhecida como Supermáxima.

“É uma situação gravíssima e extremamente preocupante. Os servidores estão sendo deslocados para custódias hospitalares e a segurança das unidades fica fragilizada. A desativação das torres é algo muito temerário, pois aumenta a vulnerabilidade das unidades e torna o ambiente propício para ações criminosas, como tentativas de fuga ou de resgaste”, afirma o presidente do sindicato, André Santiago.

Com cerca de 600 presos, a Gameleira I (Supermáxima) tinha oito servidores noite de quarta-feira, que ocupavam postos na portaria, vistoria de câmeras de monitoramento e pontos de vigilância na unidade penal. Na Gameleira II (conhecida como Federalzinha), eram 800 detentos e apenas sete policiais penais de plantão.

A base do GEP (Grupamento de Escolta Penitenciária), que dá suporte para as duas unidades, só tinha cinco servidores de plantão. Por volta de duas horas da manhã da quarta-feira, foi ativada um torre na Gameleira 1 e outra torre na Gameleira 2. A medida foi possível após o retorno dos servidores que escoltavam presos que tiveram alta hospitalar.

A Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) informa que tem promovido capacitações regulares a servidores em cursos voltados a atuações em guarda de muralhas e escoltas, ampliando as possibilidades do serviço.

“Também atua no sentido de dirimir qualquer situação que venha ocorrer, inclusive com pagamento de adicional de plantão aos policiais penais, como forma de suprir as demandas. A Penitenciária da Gameleira I é uma unidade com rígida rotina de segurança interna, sendo modelo de disciplina”, informa a agência.

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