Startup desenvolve kit para diagnóstico rápido de leishmaniose
Diagnóstico precoce permite melhor tratamento e controle da doença, evitando sua propagação
Uma startup de Campo Grande desenvolveu um teste para diagnóstico rápido de leishmaniose. Baseado na técnica LAMP (Amplificação Isotérmica Mediada por Loop), o exame detecta o material genético do patógeno e foi desenvolvido pela biotecnologista Caroline Paes, durante pesquisa de doutorado da UCDB (Universidade Católica Dom Bosco).
Endêmica no Brasil, a leishmaniose é uma zoonose transmitida pela picada de vetores, como o flebotomíneo, conhecido como mosquito-palha. Os cães infectados exercem papel importante na transmissão, já que servem como reservatório da doença e contribuem para a transmissão em humanos, por isso o exame é de extrema importância para sua detecção, mesmo antes do aparecimento dos sintomas clínicos nos animais.
O diagnóstico precoce permite melhor tratamento e controle da doença, evitando sua propagação. A criadora da startup conta que o principal desafio foi encontrar uma região no DNA de Leishmania ssp. que fosse conservada em todos os indivíduos.
“Desenhamos em laboratório algumas moléculas que reconhecem essas regiões e direcionam para encontrar o DNA do patógeno. Depois do reconhecimento ocorre o processo de amplificação, onde milhares de cópias do DNA alvo serão geradas. Na presença do produto de amplificação, o reagente colorimétrico muda de cor”, detalha Caroline.
Com a técnica LAMP, o tempo de espera pelo resultado reduz de três dias para aproximadamente 1 hora e o custo é 50% menor em comparação aos métodos de diagnósticos moleculares convencionais. Além disso, a empresa busca utilizar quase todos os insumos de fornecedores nacionais para reduzir ainda mais o preço, o prazo de entrega e a dependência de importação.
O kit diagnóstico, produto final da startup, conterá tubos com os reagentes e um manual de instruções. Para a realização do teste será necessário apenas um equipamento que possa manter a temperatura constante de 65 °C por 30 minutos, como um banho seco ou banho-maria, por exemplo.
Esse projeto tem o apoio da Fundect (Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul), vinculada à Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), através do programa Centelha.
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