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Capital

Superlotada, Santa Casa fecha entrada de pacientes do SUS nesta quinta-feira

Hospital tem até paciente ocupando Centro Cirúrgico, enquanto espera vagas em CTI e enfermaria

Caroline Maldonado | 27/04/2023 10:30
Uma das áreas da Santa Casa, superlotada (Foto: Divulgação/Santa Casa)
Uma das áreas da Santa Casa, superlotada (Foto: Divulgação/Santa Casa)

Constantemente superlotada, a Santa Casa fechou a entrada de pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde) na manhã desta quinta-feira (27), porque não tem condições técnicas para receber pacientes de forma segura. A restrição vai das 9h às 15h, mas pode ser prorrogada.

O hospital informou a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), o MP-MS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) e o CRM (Conselho Regional de Medicina) sobre a decisão.

O fechamento temporário é “devido à situação de completa exaustão dos recursos intra-hospitalares para manutenção mínima da assistência ao paciente, ocasionada pela superlotação do serviço” e pode "ser prorrogado até que se resolva minimamente a questão", conforme nota do hospital.

Mais leitos - A Capital enfrenta epidemia de dengue e doenças respiratórias que lotam unidades de saúde públicas há semanas. Enfrentando a superlotação nas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento), a Sesau abriu chamamento para contratar 30 leitos clínicos e 10 de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) pediátricos de hospitais particulares, mas não houve interesse de estabelecimentos habilitados a fechar contrato.

Uma das áreas da Santa Casa, superlotada (Foto: Divulgação/Santa Casa)
Uma das áreas da Santa Casa, superlotada (Foto: Divulgação/Santa Casa)

Então, a Santa Casa ofereceu espaço para 10 leitos clínicos de pediatria, mas aguarda, desde então, a prefeitura fazer termo aditivo no valor que já é previsto em contrato entre a Sesau e o hospital. Cada leito deve custar R$ 600, o que daria R$ 6 mil por dia.

“A Santa Casa segue sem nenhuma devolutiva em relação à assinatura do termo aditivo ao contrato já existente com o Poder Público sobre a contratação de novos leitos pediátricos, conforme divulgado pelo Município, para dar suporte à rede pública”, informou a Santa Casa.

Na segunda-feira (24), o secretário de Saúde, Sandro Benites, informou ao Campo Grande News que no mesmo dia haveria uma reunião para definir e publicar o termo aditivo por 30 dias de serviço, mas o termo ainda não foi publicado. A reportagem aguarda retorno da assessoria da Sesau sobre a decisão da Santa Casa de fechar a entrada de pacientes hoje.

No dia 9 de março, com salários atrasados, funcionários da Santa Casa paralisam trabalho, enquanto  o hospital cobrava valor previsto em contrato com a Prefeitura de Campo Grande para fazer pagamentos. No mesmo dia, o valor foi pago e os funcionários voltaram ao trabalho.

Superlotação - Hoje, na área vermelha, há 20 pacientes, sendo que a capacidade é de apenas seis leitos. São 16 pessoas internadas aguardando leitos de terapia intensiva e enfermaria. Desse total, quatro estão graves e intubados.

Na área verde do Pronto-socorro, há  64 pacientes, sendo 41 internados aguardando leitos de enfermaria e centro cirúrgico ainda sem previsão, e os demais estão em observação. Nesta unidade, a capacidade é de apenas sete leitos.

Além disso, dois pacientes estão no Centro Cirúrgico aguardando vagas, um para CTI (Centro de Terapia Intensiva) e outro para enfermaria, também sem previsão. Ou seja, esses pacientes estão ocupando uma sala que poderia estar sendo utilizada para procedimentos cirúrgicos no período.

Na área vermelha pediátrica, há cinco pacientes graves e todos intubados. A capacidade técnica é de apenas três leitos e tem a possibilidade de mais um paciente necessitar de ventilação mecânica.

Na área verde, onde a capacidade é de sete leitos, todos estão ocupados, sendo todos internados.

Prefeitura - Estão sendo finalizados os trâmites burocráticos para publicação do termo aditivo. A previsão é que o mesmo ocorra entre hoje e amanhã. A Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) esclarece que as transferências de pacientes estão ocorrendo dentro do que está pactuado com a Santa Casa e o fluxo já vem sendo remanejado para outras unidades hospitalares contratualizadas a fim de evitar uma sobrecarga no serviço e assegurar a assistência adequada ao paciente.

(Matéria editada para acréscimo de informações)

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