Tarifa do transporte volta aos R$ 3,95 nesta quinta-feira e usuário comemora
Liminar do TCE determinou redução da tarifa, que estava em R$ 4,10; usuário acredita que medida será temporária
A tarifa do transporte coletivo em Campo Grande voltou a ser cobrada em R$ 3,95 hoje, depois que o Consórcio Guaicurus recebeu a notificação da liminar do TCE (Tribunal de Contas do Estado) que derrubou o valor de R$ 4,10, em vigor desde dezembro. O usuário comemorou, mas teme que seja medida temporária e, por isso, tratou de recarregar o cartão o quanto antes.
“Acabei de recarregar, R$ 70 garantido para mais uma semana”, disse a vendedora Laura Barreto, 45 anos. Ela diz que os R$ 4,10 fixados no reajuste anual não é valor justo se avaliar a qualidade do transporte coletivo.
A mesma reclamação foi feita pela diarista Nilza Bruno, 55 anos. “Aumenta a passagem, mas a qualidade é péssima”, diz. Moradora do Iracy Coelho usa diariamente seis ônibus para ir e voltar das clientes, que moram nos bairros Zé Pereira, Cristo Redentor e região. Por precaução, vai abastecer o cartão. “Tenho absoluta certeza que vão fazer de tudo para aumentar de novo”.
O funcionário público Wander de Campos, 52 anos, já considerava o valor de R$ 3,95 alto, mas, entre esse e os R$ 4,10 estipulados no aumento, achou que o retorno da tarifa era mais benéfico aos usuários. Hoje, como não tinha saldo no cartão, teve que pagar do próprio bolso e, por isso, o retorno da tarifa anterior foi comemorada.
A funcionária pública Alsimar Albuquerque, 65 anos, também acredita que o reajuste deve voltar ao patamar anterior e reivindica melhoria no serviço de transporte coletivo. “Se aumentar, tem que melhorar”.
A liminar do TCE suspendeu, no dia 7, o reajuste concedido pela prefeitura de R$ 4,10, que havia entrado em vigor no dia 28 de dezembro.
Sobre a decisão, dada como parte de processo de inspeção do contrato entre a prefeitura e o Consórcio, firmado em 2012, o conselheiro-relator do TCE, Waldir Neves disse que “antes de dar aumento cumpra termos do contrato”.
De acordo com ele, os pontos irregulares elencados vão “desde a qualidade da frota, horário de atendimento, até seguro que tinha de ser feito e não foi”. Neves disse, ainda, que a intenção é propor a realização de reunião com vereadores, “buscando superar pontos em desacordo”. O objetivo final, diz, é que o consórcio possa cobrar o valor justo da população e, em troca, “dar aquilo que foi prometido em contrato”.
Originalmente, o consórcio havia pedido reajuste para R$ 4,25. A reportagem tentou falar com o presidente do consórcio, João Rezende, mas não conseguiu contato esta manhã.