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Capital

Testemunha confessa que matou homem a tiros e júri é adiado

Declaração feita por Elder Silva Rodrigues foi entregue pelo acusado Fábio da Silva na última sexta-feira

Por Ana Paula Chuva | 27/08/2024 16:50
Entrada do Fórum Heitor Medeiros, onde júri seria realizado (Foto: Paulo Francis | Arquivo)
Entrada do Fórum Heitor Medeiros, onde júri seria realizado (Foto: Paulo Francis | Arquivo)

Após entregar a declaração de confissão de um homicídio, o pintor acusado pelo crime teve o julgamento adiado nesta terça-feira (27). Isso porque uma testemunha assumiu ter assassinado a tiros Isaías Vicente Ferreira, em abril de 2016, no Bairro Jardim Montevidéu, em Campo Grande. A declaração foi entregue na última sexta-feira (23).

No documento Elder, que até então era testemunha do crime, contou que naquele dia 4 de abril, por volta das 21h25, deu três tiros na vítima. Segundo o relato, tudo aconteceu na Rua Coata e ele afirma que não o conhecia pessoalmente, mas sabia que Isaías era ex-marido de sua esposa e cuidava do filho de Isaías com sua atual companheira.

Ainda de acordo com a declaração, Elder afirma que, naquele dia, Isaías foi buscar o menino na creche para entregá-lo à mãe na residência do casal. Quando a vítima chegou no portão, foi atendida pela irmã do homem, que afirma ter escutado um grito. Foi quando ele saiu no portão e viu que Isaías estava bêbado.

“Neste momento, Isaías começou a proferir xingamentos e me ameaçar com um facão, sendo interceptado pela minha irmã e ex-esposa. Não logrando êxito em agredir, Isaías ameaçou que me encontraria em outro lugar e em seguida foi embora”, diz o relato de Elder.

Temendo por sua vida, o homem afirma que pegou um revólver calibre 38 emprestado com um amigo e foi até a casa da vítima, mas não a encontrou. Na volta, ele viu Isaías discutindo com Fábio e sua mãe. Elder alega que parou a motocicleta e chamou o homem para conversar.

“Alertei Isaías de que estava armado e mandei ele colocar o facão no chão, mas este não obedeceu e veio para cima de mim para me desferir golpes, momento em que efetuei os disparos visando proteção própria”, pontua Elder no documento anexado ao processo na sexta-feira.

O julgamento de Fábio estava marcado para a manhã desta terça-feira. Elder prestaria depoimento como testemunha, mas não compareceu à sessão que foi adiada pelo juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida após o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) argumentar que os fatos devem ser esclarecidos adequadamente após a declaração.

Crime – Isaías foi atingido por tiros e chegou a ser socorrido para a Santa Casa. Ele tinha perfurações no corpo e cabeça. Testemunhas apontaram Fábio como o autor dos disparos após discussão com a vítima. O pintor foi denunciado pelo Ministério Público por homicídio qualificado por motivo torpe, mas respondia ao processo em liberdade.

Na denúncia, assinada pelo promotor de Justiça José Arturo Iunes Bobadilla Garcia, diz que a vítima cedia um espaço em sua casa para abrigar uma prima de Fábio, mas o pintor não aceitava a situação e tinha ciúmes da mulher, o que levou os dois a se desentenderem.

No dia do crime, Isaías havia levado seu filho para a casa da mãe e, quando voltou, foi abordado por Fábio, que estava na garupa de uma motocicleta. O pintor, ao ver a vítima, efetuou os tiros e em seguida fugiu. Na ocasião, Elder foi apontado como o condutor do veículo.

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