TJ mantém em liberdade delegado acusado de fazer parte de milícia
Câmara Criminal responsável por processos da operação Omertà analisou pedido MPMS nesta terça-feira
Em decisão unânime, a 2ª Câmara Criminal do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) manteve, nesta tarde, a liberdade com uso de tornozeleira eletrônica para o delegado de Polícia Civil Márcio Shiro Obara, réu por envolvimento com milícia armada alvo da operação Omertà.
O delegado foi preso na fase 3 da Operação, em junho deste ano, e ficou em cela da 3ª Delegacia de Polícia Civil, no Bairro Carandá, e acabou sendo solto em 7 de agosto, por decisão do juiz Roberto Ferreira Filho, da 1ª Vara Criminal. Para ficar em liberdade, pagou R$ 26 mil em fiança e foi colocado sob vigilância eletrônica, por meio de tornozeleira.
Desde então, o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) entrou com pedido de agravo regimental para derrubar a decisão favorável ao delegado. A liminar foi negada e hoje foi feito o julgamento de colegiado, rejeitando o pedido da procuradoria.
No pedido de restabelecimento da prisão, o MPMS alega que, em liberdade, Obara pode atrapalhar e trazer prejuízos às investigações, além da possibilidade de reiteração criminosa.
Ex-titular da DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídio), foi denunciado por corrupção passiva, obstrução de justiça e lavagem de dinheiro.
Obara é acusado de esconder provas na apuração do assassinato de policial militar reformado e apontado como o destinatário de R$ 100 mil que seria pago por organização criminosa a um delegado.
Nesta semana, ele foi transferido da 2ª Delegacia de Polícia Civil, no Bairro Monte Castelo, para o Departamento de Apoio Departamento de Recursos e Apoio Policial. A decisão que o tirou da prisão permitiu trabalhar, desde que não seja em atividades administrativas.