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Capital

Após 50 dias preso e com tornozeleira, delegado deixa prisão

Alvo da terceira fase da Operação Omertà, deixou a carceragem da 3ª Delegacia de Polícia Civil após pagar fiança de R$ 26,1 mil

Geisy Garnes | 08/08/2020 15:35
Em 2018, quando era titular da DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídio) (Foto: Paulo Francis/arquivo)
Em 2018, quando era titular da DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídio) (Foto: Paulo Francis/arquivo)

Depois de 50 dias preso, o delegado Márcio Shiro Obara foi liberado na noite desta sexta-feira (7), em Campo Grande. Alvo da terceira fase da Operação Omertà, deixou a carceragem da 3ª Delegacia de Polícia Civil após pagar fiança de R$ 26,1 mil e receber tornozeleira eletrônica.

A liberdade de Obara foi decretada mediante o pagamento de fiança e medidas cautelares, como o monitoramento eletrônico por 180 dias, a proibição de voltar a função de delegado e de usar arma. Ele estava detido desde o dia 19 de junho.

Conforme apurado pelo Campo Grande News, o pagamento dos mais de R$ 26 mil aconteceu na tarde de ontem. No fim do dia, Obara foi levado até a Unidade Mista de Monitoramento Virtual Estadual para instalação da tornozeleira. Depois de assinar os termos de responsabilidade, foi solto. A liberdade foi confirmada pelo advogado Ricardo Machado.

Obara responde por corrupção passiva, obstrução à justiça e lavagem de capital, por supostamente esconder provas na apuração sobre o assassinato do policial militar reformado Ilson Martins de Figueiredo, assassinato em 2018. Para a defesa, as acusações são “absurdas e fantasiosas”.

Nesta semana, em documento enviado a 1ª Vara Criminal de Campo Grande, os três advogados que compõem a defesa do delegado lembraram que a acusação é baseada no depoimento da mulher do guarda municipal Marcelo Rios, preso com arsenal de arma que pertenceria à organização criminosa responsável por pelo menos quatro homicídios na cidade e desarticulada pela Operação Omertà.

Para a polícia, a mulher afirmou que “um delegado” recebeu R$ 100 mil para “deixar de apurar” o assassinado do policial militar. Na época, Obara era o titular da DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídio) e o responsável pela investigação do crime. Meses depois, no entanto, ela desmentiu o depoimento durante audiência na 2ª Vara do Tribunal do Júri.

A defesa chama o relato da testemunha de vago, “fantasioso e extremamente grave”. “Tal acusação é absurda, desprovida de razoabilidade e carecedora de qualquer suporte probatório”.  Segundo o advogado, agora cabe a defesa esperar a manifestação do Ministério Público de Mato Grosso do Sul e por fim, a designação das datas para audiências do caso.

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