ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, TERÇA  05    CAMPO GRANDE 26º

Capital

TJ vai interditar parque se Acrissul não apresentar todas as licenças em 60 dias

Na decisão, relator do processo lembra que é antiga a celeuma envolvendo a teimosia da associação em cumprir as normas

Aline dos Santos | 30/06/2020 10:34
Parque Laucídio Coelho sedia a Expogrande, que neste ano não foi realizada devido à pandemia. (Foto: Arquivo)
Parque Laucídio Coelho sedia a Expogrande, que neste ano não foi realizada devido à pandemia. (Foto: Arquivo)

A Justiça determinou prazo de 60 dias para que a Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul) apresente licenças e alvarás, caso o prazo seja descumprido, ordena que o Parque de Exposições Laucídio Coelho seja interditado.

A decisão da 4ª Câmara Cível do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) foi publicada na última quinta-feira e chega num período de pandemia do novo coronavírus, em que decreto da prefeitura de Campo Grande proibiu eventos.

O pedido do promotor Luiz Antônio Freitas de Almeida contra a Acrissul data de 7 de março do ano passado. No recurso apresentado ao Tribunal de Justiça, ele rememora que houve acordo entre as partes numa ação nascida em 2010, mas que a associação não cumpriu de forma integral. Nessa linha do tempo, houve decisão no ano de 2014, do próprio tribunal para que parque fosse interditado, mas nunca cumprida.

O Ministério Público ainda cita que as festas como Expogrande e Expo MS foram incluídas como festas tradicionais, mas nem mesmo assim o TJ livrou de cumprir as exigências de alvarás e licenças.

“O  subscritor deste recurso, que elaborou o agravo de instrumento naquela oportunidade em substituição legal, após idas e vindas em outras Promotorias de Justiça, foi novamente designado para atuar nesta Promotoria de Justiça em abril de 2017 e espantou-se em saber que houve a realização de eventos no aludido local sem a autorização judicial, o que não seria possível, sob pena de desprestígio do Poder Judiciário”, afirma o promotor Luiz Antônio.

O recurso começou a tramitar no ano passado, onde, mais uma vez, a realização da Expogrande motivou briga judicial, por fim , o evento foi realizado. No começo de junho, a defesa da Acrissul pediu que o julgamento fosse adiado para quando acabar a pandemia.

Mas, por unanimidade, a 4ª Câmara Cível negou o pedido de adiamento e acolheu o recurso do Ministério Público. Desta forma, ou a documentação é apresentada em 60 dias ou o parque de exposições será interditado.

Relator do processo, o desembargador Sideni Soncini Pimentel afirma que é antiga a celeuma envolvendo a recalcitrância (teimosia) da Acrissul em observar as normas ambiental e sanitária.

“Entendo que nenhuma outra solução é possível senão a efetiva interdição do prédio, sob pena de reduzir à insignificância a autoridade do Poder Judiciário, enfraquecendo substancialmente o Estado Democrático de Direito e abalando a confiança em suas instituições” diz o desembargador na decisão.

O Tribunal de Justiça estabeleceu que dentro de 60 dias devem ser apresentadas todas as licenças e alvarás necessários ao regular funcionamento e realização de atividades: eventos artísticos, rodeios, shows e exposição agropecuária, locação ou convênios de espaços internos e externos com o poder público, entidades públicas e particular.

O Campo Grande News acionou a  assessoria de imprensa da Acrissul, mas não conseguiu falar com o presidente da associação, conforme indicado. A defesa informou que vai se pronunciar no período da tarde.

Nos siga no Google Notícias